domingo, 5 de agosto de 2018

Breve história de Vovó Benta

Negra esbelta, de sorriso sorrateiro e conquistador, de requebrado insinuante, andava pelo casarão deixando no ar o cheiro do manjericão. Cantarolando, sempre faceira, atiçava o desejo tanto dos negros quanto dos brancos. Não passou despercebida do olhar do patrão, sinhozinho cujos dotes de beleza também assanhavam aquela negrinha. E assim, depois de uma primeira vez, foi inevitável que todas as noites ele a procurasse na senzala. Não era só um desejo. Além do corpo que ardia ao vê-la, seu coração estava emaranhado por um sentimento que ele insistia em negar.
Foram anos de encontros furtivos, os quais a sinhazinha fingia não ver. E foram também muitos abortos, tendo ela desencarnado quando da realização de um deles. Haveria de renascer, muito pouco tempo depois, no mesmo lugar. Negrinha doente, que sobreviveu à morte da mãe no parto. Muito cedo aprendeu a benzer, e ali estava uma negra curandeira. Parteira requisitada, não tinha hora para atender, até o dia em que, para salvar uma escrava das mãos do feitor, levou uma paulada nas costas e ficou aleijada. Andou o resto da vida agachada, com fortes dores, mas nem por isso deixava de salvar vidas. Desencarnou cega e arqueada, porém feliz. Mas havia muito a ressarcir na contabilidade do Céu. Por isso, juntou-se às bandas de Aruanda e, como preta velha, desceu à crosta para ajudar a curar e aconselhar as pessoas. Precisou de um aparelho cujo comprometimento fosse adequado às suas energias, para que juntos pudessem aprender que é curando as feridas alheias que as nossas se cicatrizam.
Com um galho verde na mão e muito amor no coração, Vó Benta visita seu aparelhinho, baixando-lhe as costas e transferindo um pouco da dor que sentiu na carne para que este saiba que a humildade é necessária. Seu alvo avental, ao final do trabalho, está sempre cheio de nós, que ela faz para desfazer aqueles que os filhos de fé levam até ela. No final da noite, junta-se aos irmãos e volta para Aruanda, até que a próxima lua a embale novamente cantando: .

Vem chegando Vovó Benta
Benzedeira de Aruanda
Com seu galhinho de arruda
Vem benzer filho de umbanda ...



Do livro: “A missão Da Umbanda” Ramatís/Norberto Peixoto – Editora do Conhcecimento.

A bengala de Pai Antônio – II parte

Ela sabia de seus débitos e por isso compreendia que havia trocado a dor física pela dor da consciência. Em sua tela mental agora desfilavam os "trabalhos encomendados", pelos quais pagava bem caro, desde que resolvessem seus desejos mesquinhos. Era moça bonita e faceira, mas sem sorte no amor. Desejosa e cansada de tentar conseguir um casamento, já com idade avançanda, não relutou em aceitar as propostas de um homem casado que às escondidas a visitava algumas noites.
Com isso, e por estar só, passou a se excluir da sociedade, onde ambicionava um lugar de destaque, até que resolveu tirar de seu caminho quem atrapalhava sua ascensão. Foi assim que inveteradamente passou a programar a morte da esposa de seu amante. Conheceu vários lugares e pessoas que realizavam magia negra, mas nada de conseguir o resultado desejado. Inspirada por quiumbas aproveitadores, foi descendo o nível e chegou a uma velha feiticeira, que por bom preço a ensinou a realizar magia pesada com as próprias mãos, prometendo assim efeito mais rápido e eficiente. Usou os elementos e os elementares artificiais, condicionando-os ao seu mando e energia, e mesmo assim não conseguiu o desejado, pois a vítima vibrava em outro diapasão. A inveja e a raiva corroíam-lhe o ser todas as vezes que via o homem desejado freqüentando a missa aos domingos com a esposa.
- Pai Antônio sabe que a dor e o medo têm feito a filha refletir e tomar consciência de sua responsabilidade. Nenhum pecado é maior do que a força do perdão, portanto cabe a você, e só a você, desligar-se das entidades e das forças a que se aliou no passado. É preciso queimar as pontes que ficam para trás em nossa caminhada e olhar para a frente com decisão. O que não pode é reconhecer os erros e neles perseverar.
Enquanto o bondoso preto velho batia em suas costas com o galho verde, retirando de sua aura as energias mais pesadas adensadas ali, ela deixava que o choro lavasse seu espírito, chegando a soluçar. Nunca ninguém a tinha acolhido e mostrado que andava pelo caminho errado, com tanto amor e diplomacia. Estivera acostumada a terceirizar a solução de seus problemas, ou então a confessar seus pecados e receber penitências que não aliviavam sua alma aflita. Ali sentia-se protegida e com vontade de beijar os pés daquele espírito.
- Filha, humildade não pode ser confundida com humilhação. Só existe um espírito que merece toda nossa veneração: Deus, nosso Pai; de resto, somos todos navegadores do mesmo mar em busca de um porto seguro, somando erros e acertos. Vá e repense sobre seus atos e se proponha a mudá-los para que possa mudar sua energia. Sua dor foi o portão que se abriu para tirá-la da prisão.
Ao sair daquele lugar, a sensação era de tamanho alívio que parecia um pássaro liberto da gaiola. Haveria de repensar sobre tudo e compreender que o perdão é medicamento doce para dores amargas, bem como agradecer pela oportunidade Ímpar que o Senhor do Universo estava lhe concedendo. Iniciaria, a partir de então, uma busca de conhecimentos sobre o mundo espiritual, conscientizando-se de sua responsabilidade e principalmente do bom aproveitamento do tempo que ainda lhe restava no corpo físico.
Pai Antônio havia gravado seu endereço por saber que aquela ovelha retomava ao caminho e, assim que houvesse condição vibratória, ele, auxiliado por seu amigo exu, atuaria no desmanche daqueles artificiais, reequilibrando a balança cármica.
Antes de despedir-se, Pai Antônio chamou seu cambono e, entregando-lhe a bengala, falou:
- Não é a bengala que ampara nosso corpo físico que demonstra nossos aleijões. Prejudiciais sãos as bengalas forjadas por nosso orgulho, nas quais nos amparamos para manter posturas ilusórias.

- Saravá, zi fio!

- Saravá, meu Pai!



Vovó Benta

Do livro: “A missão Da Umbanda” Ramatís/Norberto Peixoto – Editora do Conhcecimento.

A bengala de Pai Antônio - Iparte

Para aquela mulher, com setenta e seis anos de idade, era quase impossível compreender a confusão em que sua vida se transformara após uma cirurgia tão simples. Tudo ocorreu da forma desejada no plano físico, porém, tanto ela quanto o médico, ignoravam que no plano astral havia se desencadeado um processo de resgate, tanto ou mais dolorido que sua perna enferma.
Acordada durante a noite por um forte estalo no quarto, visualizou ao lado da cama uma fumaça esbranquiçada que aos poucos tomou a forma de uma pessoa. Assustada, acendeu a luz, e a imagem sumiu. Seqüencialmente, outras formas foram invadindo sua casa e sendo visualizadas somente por ela, criando quadros de terror. O pós-operatório foi feito de noites de medo e insônia, em decorrência da movimentação no lado astral, totalmente aberta à sua vidência. Eram animais peçonhentos, pessoas deformadas, brincalhões que a ameaçavam, mulheres que arrastavam crianças e jovens que praticavam sexo.
O medo tomava conta de sua vida, embora estivesse bem consciente de que aquilo tudo pertencia "ao outro mundo". Por isso, não ousou contar os fatos para as sobrinhas, suas tutoras, temendo ser internada como louca.
Quando já não suportava mais o terror em que se transformara sua vida, solicitou ajuda a uma amiga que "entendia dessas coisas", médium trabalhadora de uma casa espiritualista.
Para quem nasceu e cresceu sendo norteada pela religião católica, embora vivendo de aparências e sem fé nenhuma, desdenhando sempre de qualquer outro credo, a dor havia chegado como aprendizado. Por essa razão é que o recado veio justamente por intermédio daquele médium sentado no toco de um terreiro humilde para seus padrões de exigência, acostumada que estava aos templos luxuosos. No lado material, aquela senhora comparava o congá simples, iluminado apenas por algumas velas, com os altares pomposos iluminados por castiçais banhados a ouro; as paredes toscas daquele local eram comparadas com os vitrais das catedrais; e o alguidar de barro fumegando, com a defumação usando sofisticados incensários, hoje infelizmente pouco usados nas igrejas. O cheiro bom das ervas queimadas na brasa foi alertando seus sentidos; ela já não enxergava somente o lado físico. No ambiente astral, sua vidência denunciava que à sua frente estava Um pai velho arqueado, de cabelos encaracolados e brancos, com uma bengala na mão, baforando um cachimbo tosco e cheiroso. No rosto, carregava um sorriso aberto, mostrando com ele sua alma clara que invadia o local como se disparasse raios luminosos. O quadro era alentador para aquele espírito que havia muito ansiava por um momento de
paz. Foi assim que se entregou a ouvir as sábias palavras do preto velho:
- Zin fia, zi deve di tá sem jeito pra fazê o faladô com nego véio.
Ele havia falado daquela forma justamente para atiçar sua atenção.
- Eh... eh... Não se avexe, filha, Pai Antônio, quando quer, sabe falar com destreza também. Pode ficar à vontade, o que a filha quer deste pai velho?
- Eu tenho medo de estar louca. Vejo coisas...
Enquanto a senhora contava sua história atual, Pai Antônio, espírito adestrado na magia e conhecedor do psiquismo humano, tendo estagiado por longo período em escolas da Grande Fraternidade Branca, captava na tela holográfica daquele ser a realidade não percebida pelos encarnados. Não haveria na Terra medicamento que curasse a raiva, a arrogância e o descaso com as leis divinas, bem como não conhecia na ciência física remendo capaz de consertar os rombos efetuados na tela atômica pelas explosões desses sentimentos, bem como pelo mau uso das energias. Nem no mundo astral não conhecia nenhum paliativo para curar sua dor, colheita de ações pretéritas. Só havia alguém capaz de curá-la: ela mesma. Continuando, Pai Antônio falou:
- A dor é uma reação das agressões que efetuamos em nosso espírito. Antes de recebê-la, somos alertados de várias maneiras, e ela só chega quando se esgotam os outros instrumentos. Vem como alerta, nunca como castigo, por isso é preciso entender seu recado. A revolta e a nãoaceitação de nossas falhas nos deixam fragilizados, e, com isso, intensificamos sua estada em nosso corpo carnal.
Agora brotava nela a lembrança dos momentos de extrema revolta pela dor na perna e pela limitação e vergonha que a bengala lhe imprimia. Lembrava das inúmeras vezes que, com muita raiva, havia dito que "trocaria aquela dor por qualquer coisa".
- Os pensamentos e as palavras são sons gravados no Universo e, dependendo da energia que carregam, afinam-se com os iguais que os ouvem, concretizando assim nossos desejos mais inconscientes, mesmo e inclusive os de auto-flagelo...


Do livro: “A missão Da Umbanda” Ramatís/Norberto Peixoto – Editora do Conhcecimento.

A lição de Pai Tomé – II parte

Foi preciso que eu quebrasse meu orgulho para aceitar tal ajuda, pois estou em colheita de um plantio desastroso. Em encarnação anterior, vivi como feitor de uma rica fazenda e, com maldade, cobri meu coração. Além de outras coisas, eu era um verdadeiro matador de aluguel. Cheguei ao cúmulo de fazer filho com escrava para poder vender mestiço nas feiras do porto, como "escravo especial". Hoje, tenho esta benéfica oportunidade e, mesmo encarcerado num corpo limitado, com uma mente debilóide, de cor negra, aspecto físico sem nenhum atrativo, servindo de modelo do ridículo para muita gente, estou aprendendo que tenho muito mais do que mereço.
Um dia desses, chorei muito quando Pai Tomé me fez relembrar quem ele foi naquela minha desastrosa encarnação; por momentos, senti-me muito mal, vindo a ter fortes convulsões. Não fosse o bom velho me chamar à realidade, teria desencarnado para fugir. Ele foi, naquele passado, um "mestiço especial" que eu vendi como escravo.
Não há nada mais doloroso do que a fúria de um remorso. Dores ou limitações físicas são nada para uma encarnação, diante de lembranças de nossos plantios infames. Pai Tomé, entre outras coisas, me ensina o autoperdão e muito sobre a bondade divina que nos dá um corpo físico aliado ao esquecimento. Ensina-me também que esse "esquecimento" não pode servir como desculpa para novos erros. Por isso somos levados em espírito durante o sono para verificarmos certos pontos que precisam ser revistos em nossa história. Ele me diz que nem sempre lembramos do aprendizado sonambúlico, mas que ele está registrado em nossa disposição, para uso em momentos propícios. Restam-me alguns anos ainda nesta vida, porém nem a dor nem a pobreza nem o desleixo de meus familiares são piores do que me imaginar voltando sem ter expurgado esse lixo todo que agreguei em meu corpo espiritual. Quero a renovação, e se ela me custa tanto sei que o preço fui eu mesmo que estipulei. Nada me foi imposto. Colheitas de um plantio impensado. Apenas colheitas!
Após despedir-se agradecido, o menino retornou ao seu corpo físico, que dormia no leito pobre onde nascera, deixando-nos emocionados e calados. Todos retornamos aos nossos lares pensativos, refletindo sobre o que havíamos ouvido naquela noite. Em ocasião posterior, o caso foi comentado, e alguém nos propôs que deveríamos solicitar ao Pai Tomé um atendimento apométrico para o menino, uma vez que, estando encarnado, isso possibilitaria melhora nos sintomas físicos. Com as técnicas decoradas, já deduzimos que, tratando seu corpo astral, por ser ele o modelo organizador biológico, poderíamos, quem sabe, melhorar sua aparência. No final do debate, antes do encerramento, sentimos forte cheiro de ervas, e imediatamente Pai Tomé se apresentou por intermédio de um médium e nos esclareceu:
- Pai velho admira e abraça os filhos pela boa vontade demonstrada em auxiliar meu menino. Mas posso afirmar que a tentativa seria muito proveitosa em espírito renitente na aceitação do resgate cármico a que se impôs, o que não acontece com ele. Como viram, meu menino está espiritualmente lúcido e aceitando a colheita. Seu corpo astral, por ser constituído de matéria moldável, foi plasmado em encarnação anterior por seus próprios atos insanos. Sempre é assim meus irmãos, enquanto na carne, nossos atos e pensamentos modelam a nova encarnação, além de nos conduzir no após-morte para estância de luz ou trevas. Deus não castiga ninguém, disso sois sabedores; Ele apenas nos deu o livre-arbítrio, e todas as oportunidades de escolha nos são colocadas durante uma vida. Não nos faltará assistência espiritual, e, mesmo que seja por meio da dor, o expurgo se faz necessário para drenar dos corpos espirituais os ácidos ali impregnados.
Nossos pensamentos modelam nosso futuro corpo mental, nossas emoções, o corpo astral, e, assim, quando reencarnamos, trazemos gravados em nossos átomos aquilo que precisa ser melhorado. Por isso, as dificuldades surgem para serem vencidas, e não haveria mérito se aqui estivéssemos só para sofrer, sem que isso trouxesse alguma lição, algum aprendizado. Essa drenagem ocorre por meio de nosso corpo etérico, que, intermediando o corpo físico e o corpo astral, atua como usina recicladora com o trabalho de nossos chacras, repassando para o corpo físico, que age como mata-borrão. Todas as doenças, sejam físicas ou psíquicas, nada mais são que limpeza de nosso corpo espiritual como um todo. Desse modo, aconselho os filhos desta seara que sempre respeitem as leis em qualquer atendimento ou ajuda a que forem induzidos. Procurem sempre verificar se existe interesse e vontade em receber a ajuda da apometria, seja pela pessoa necessitada, se estiver consciente, seja por parte de familiares, quando estiver incapacitado de raciocínio próprio, para que não ultrapassem a barreira do livre-arbítrio, contrariando assim as leis divinas. Sois sabedores de que apometria é manipulação energética; é portanto "magia". E magia é coisa séria, meus filhos: assim como ela nos dá o poder de provocar uma modificação na matéria, pelo poder mental, sendo regida pela Lei da Causalidade, produzirá sempre um efeito, seja imediato, seja tardio. Existem coisas no Universo de meu Deus que podem e devem ser mudadas, mas sempre respeitando a vontade e exigindo esforço próprio de cada criatura ligada ao fato.
A oportunidade de ajuda que nos faculta a apometria vem trazer alento e apressar a evolução dos homens acomodados que estão no ir-e-vir na carne e .que, embora alertados constantemente pela dor torturante, tardam em realizar as mudanças. Mas esse "poder" está sujeito e deve sempre ser colocado à luz da razão, nunca querendo realizar "milagres" que possam comprometer o trabalho laborioso do grupo, adquirindo com isso um carma coletivo. O equilíbrio e a compreensão dos limites, aliados à sabedoria e ao amor, serão os temperos que farão sempre os filhos auxiliarem sem se macular.
Mais uma vez, a lição do bom amigo espiritual, explicitada com tanta humildade e sabedoria, fez vários membros do grupo, que ainda tinham preconceito com a presença dos pretos velhos nos trabalhos apométricos, repensarem sobre isso.



Do livro: “A Missão Da Umbanda” – Ramatís/Norberto Peixoto – Editora do Conhecimento.

A lição de Pai Tomé - I parte

Nos atendimentos apométricos, muitas surpresas se reservam a nós. Enganam-se os trabalhadores que pensam ser suficiente decorar as leis da apometria e realizar o trabalho com amor. Constantemente os benfeitores espirituais nos apresentam situações diante das quais percebemos a grandiosidade dessa técnica, que, aliada ao Evangelho de Jesus, nos torna não somente instrumentos curadores, mas também magos manipuladores e transformadores de energias; situações estas que nos fazem perceber nossa pequenez diante da grandiosidade do Universo e desses comandantes que nos regem espiritualmente. Todos os dias, sob todos os aspectos, temos tudo a aprender, consolidando a realidade de que estar encarnado neste abençoado planeta-escola é uma oportunidade que não podemos desdenhar.
Naquela noite, após o atendimento normal da agenda, apresentou-se a nós um espírito pedindo oportunidade para nos contar sua história. Ele estava acompanhado por um preto velho, que já conhecíamos, pois era trabalhador da casa. Pelo cordão brilhante que saía de sua nuca, deduzimos tratar-se de um ser encarnado em desdobramento do sono, o que imediatamente suscitou dúvidas em nossa mente acostumada a tudo interrogar: "Como poderia alguém encarnado estar presente, se não havíamos solicitado pelos costumeiros 'pulsos energéticos' seu desdobramento?". Captando a dúvida, o bondoso preto velho nos assegurou que ele não estava ali para atendimento, e sim sob sua tutela para levar aprendizado. Ligado ao médium, nosso amigo iniciou sua narrativa:
Encarcerado dentro de um corpo frágil e adoentado, além da idiotia que me acomete no físico, sou uma espécie diferente aos olhos dos que passam pela rua e me vêem sentado na porta de minha casa. "Coitado! Seria melhor morrer", é comum ouvir essa frase. Ou, então, a mãe, passando com o filho ligado a ela pela mão, naturalmente manifesta: 'Meu filho, se você não obedecer, vou te entregar para aquele homem feio'. Outras vezes, mulheres grávidas evitam me olhar para que seus bebês, que foram projetados perfeitos e saudáveis, não venham a ser iguais a mim, uma bestialidade humana. Minha consciência mais profunda está recebendo e percebendo tudo isso; porém, presa dentro da cela que eu mesmo criei no passado, não pode reagir. Se sofro com isso hoje? É inevitável. Se me revolto? Não, a minha consciência sabe que é um mal necessário. Nas poucas vezes em que me é permitido "voar" para longe deste corpo, eu já tenho caminho traçado. Vou me refugiar. nos braços de Pai Tomé. Lá está ele, em sua humilde tenda, cantarolando ou assobiando, enquanto mexe em suas ervas. Negro velho mandingueiro sabe quando chego, sente minha presença e trata logo de sentar-se em seu toco, acender o pito e, com uma risada gostosa, inicia a doutrinação. Conversamos por horas a fio e saio de lá me sentindo gente, apesar de tudo. Não sei quando foi a primeira vez que o visitei. Acho que na noite em que minha mãe foi àquele centro de umbanda, desesperada, pois achou que daquela vez a convulsão iria me matar. Ele estava lá, incorporado em outra pessoa, e deu-me seu "endereço". Hoje, a cada visita que meu espírito faz ao bom negro velho, algo se modifica em meu corpo físico. Já consegui deixar de babar constantemente, melhorando assim meu aspecto. Até já sou capaz de chorar, sem fazer aquele grunhido horrível, vejam só! Tudo por conta das mandingas de Pai Tomé, que, por saber de minha verdadeira história, me auxilia com muito amor.


Do livro: “A Missão Da Umbanda” Ramatís/Norberto Peixoto - Editora do Conhecimento.

A bênção de Pai Benedito - II parte

Antes de tomarmos qualquer atitude, ouvimos forte estalido metálico, e um pequeno clarão iluminou o local, fazendo aparecer diante de nós um ser imenso para os parâmetros humanos de estatura, cujos traços da fisionomia lembravam-me alguém conhecido. No entanto, naquele momento não havia tempo para apresentações, precisávamos agir depressa, e assim foi feito.
Das mãos de nosso ajudante recém-chegado saíam pequenas chispas, espécie de descargas elétricas, que desligavam imediatamente os aparelhos ligados aos irmãos do grupo, os quais passaram a ser levados pelos guardiões para fora do local, onde um veículo nos esperava. Dessa vez, não entramos no turbilhão, ou pelo menos não o percebemos. Sentíamos apenas a sensação de alguns tremores mostrando que a região era turbulenta. Quando chegamos ao ambiente astral de nossa casa apométrica, agora auxiliando por meio da cromoterapia na recomposição energética de nossos irmãos socorridos, percebi que o ajudante grandalhão não havia voltado conosco.
Em minutos o ambiente se acalmou, e todos já se sentiam renovados pelo tratamento dado a nós pelos médicos espirituais. Após rápida higienização, assentamo-nos na sala de reuniões, onde já estavam nossos irmãos orientadores. Visivelmente satisfeitos pelo êxito do resgate, reconheci a presença forte e atuante do espírito amigo que dirigia nosso grupo de umbanda nos atendimentos apométricos e que trabalhava na vibratória de Xangô. Muitos outros espíritos, dos quais só conhecia a vibração, estavam ali presentes, mas foi aquele espírito bondoso chamado por nós de Pai Benedito, com sua vestimenta de preto velho, quem nos dirigiu as boas-vindas e as devidas explicações, satisfazendo nossa curiosidade: - Saravá aos filhos de fé! Bendito seja Deus e bendita as bandas de umbanda que nos auxiliaram neste trabalho. Negro velho não se intimida diante das forças das trevas, mas as respeita, a exemplo de todas as falanges que aqui estão. Os filhos que foram socorridos irão se refazer energeticamente até o amanhecer, assim que forem devolvidos aos corpos físicos, em sono reparador. No entanto, negro velho pede que todos se mantenham alertas, pois médium invigilante é cumbuca de boca larga para o mal. A mente desavisada e desatenta costuma ser roça preparada para o plantio de erva daninha. Os filhos que estão na lista de espera para o atendimento do grupo de apometria estão comprometidos com falanges "barra pesada", como os filhos da Terra costumam dizer. Altamente ligadas à magia negra, essas falanges não medem esforços para abater qualquer egrégora que tente se formar com a finalidade de desfazer seus intentos. Muitos médiuns trabalhadores não comparecerão ao atendimento de amanhã, pois deixarão que forças negativas os impeçam de trabalhar. Dos irmãos agendados para socorro, somente um irá comparecer, e negro velho lhes explica o porquê. Tudo, no Universo de meu Deus, age segundo a lei e a ordem, mesmo diante do caos. Os outros irmãos que ainda não receberam o alívio benéfico do atendimento apométrico estão em processo de expurgo pela dor, que ainda precisa agir por algum tempo para a conscientização de suas mentes teimosas, renitentes às mudanças que se mostram necessárias. Já estão protegidos dentro de um campo de força formado pela energia ectoplasmática do grupo e, portanto, protegidos do assédio das trevas, mas não estão isentos da drenagem por meio da dor física. Negro velho conhece essa história por experiência própria. Quando vestindo um corpo de carne se torna difícil cuidar do espírito, os dois perecem. Seguindo tudo a seu tempo, esses irmãos serão atendidos e harmonizados, cumprindo assim a tarefa de auxílio fraterno com que vosso grupo está comprometido junto às falanges da Fraternidade Branca, restando a eles a tarefa de mudança em suas vivências a partir de então, para que conservem o bem recebido.
Com um sorriso matreiro, Pai Benedito nos abençoou, estalando os dedos, de onde saíram faíscas luminosas que se intensificaram no ar, distribuindo-se sobre o grupo. Foi indescritível a sensação de paz.


Do livro: “A Missão Da Umbanda” Ramatís/Norberto Peixoto

A bênção de Pai Benedito - I parte

Estavam agendados três atendimentos no grupo de umbanda, além da apometria daquela noite. Sabíamos que o trabalho não seria limitado a três consulentes, ou simplesmente três espíritos necessitados de ajuda, pois as ligações destes se estendiam ao plano astral inferior. As noites anteriores à data foram mal-dormidas. Por esse motivo, vários trabalhadores do grupo se queixavam de extrema irritação e mal-estar. Durante o dia, houve provocações de todo tipo para lançar uma baixa vibratória, a fim de abrir infiltrações energéticas, além de uma possível obsessão. No plano astral, verdadeiros exércitos formavam frentes de trabalho para auxiliar as falanges da luz. Da mesma forma, foi intenso o trabalho das falanges das sombras para tentar impedir a ajuda.
Em cada residência dos componentes do grupo de apometria instalou-se um verdadeiro quartel de militantes da vibratória de Ogum, garantindo que durante o desdobramento do sono os médiuns estivessem protegidos das falanges trevosas que tentavam dissuadir suas mentes invigilantes, usando suas brechas cármicas. Eram artificiais de toda ordem, carregados de energia sexual, exalando odores afrodisíacos ou então disfarçados de espíritos necessitados de ajuda que se enfileiravam aguardando a saída do corpo físico. Antes disso, durante as lides do dia, éramos observados e monitorados pelos engenheiros comandantes desses artifícios maléficos, os quais provocavam situações que levavam a nos sentir extremamente carentes, tática que facilitaria a busca por energias que viessem ilusoriamente suprir esse sentimento que embaça a razão, por meio de fantasias já criadas em nossas mentes, ampliadas pela força desses magos treinados. Apesar de toda a proteção que nos é facultada pela Luz, impera sempre o livre-arbítrio, que é fomentado por nossas brechas cármicas. Assediados, muitos de nós ignoramos a presença dos benfeitores espirituais que nos guarnecem e, ao sair do corpo físico, resvalamos em nossas próprias falhas. Por várias noites foi difícil cumprir o programa traçado pelas equipes de Xangô, cuja egrégora nos dirige espiritualmente no grupo de trabalho, para que nos encontrássemos no auditório instalado no ambiente astral de nossa casa de trabalho.
Faltando apenas vinte e quatro horas para o atendimento agendado, logo no início da noite, fui acometido por forte dor à altura do ombro esquerdo. Isso acontecia sempre que me deixava abater pelo desânimo e pela irritação, quando automaticamente instalavam-se dores e enrijecimento na área superior das costas, o que me desestruturava primeiro fisicamente, depois emocionalmente. A princípio, o medo da dor e da limitação que sentiria no dia seguinte me causavam angústia, porém a lembrança dos atendimentos agendados, para o que precisaríamos estar todos em plena forma, fez-me reagir. Amparado pelos amigos espirituais, usei então toda a força existente em meu íntimo, aliada às técnicas apométricas que conhecia. Adormeci em oração, solicitando às falanges da Luz que nos socorressem, não apenas eu, mas todo o grupo. Propondo me ao trabalho fui sentindo o desdobramento acontecer em plena consciência, bem como as fortes irradiações direcionadas ao meu corpo astral, pelas equipes de amparo.
Saindo do corpo físico pelo efeito do sono, avistei o amigo Gira Mundo que me aguardava. Imediatamente adentramos um túnel energético em que percebíamos um turbilhão em meio a uma forte tempestade. Segurei forte na mão do bondoso guardião e tentei manter minha mente confiante e em oração.
Em poucos segundos nos víamos em ambiente desconhecido, espécie de nave onde nos deparamos com alguns irmãos do grupo de apometria, em desdobramento, deitados em cadeiras semelhantes às que encontramos nos consultórios dentários da crosta. Pareciam sonolentos e tinham nas cabeças capacetes ligados a aparelhos eletrônicos, cuja tela mostrava a radiografia de seus cérebros. Outros possuíam eletrodos à altura do coração, ligados a diferenciadas máquinas que monitoravam seus batimentos cardíacos. Em sala separada, podíamos avistar alguns seres estranhos, cuja forma astral não se parecia muito com a humana, trabalhando freneticamente com uma parafernália de equipamentos eletrônicos. Nossa chegada não foi percebida, pois observei que, ao redor de nosso corpo, uma camada ectoplasmática impedia que seus monitores nos detectassem.
Outros auxiliares já conhecidos chegavam agora, expulsos pelo mesmo turbilhão energético pelo qual havíamos passado, para nos auxiliar no resgate daqueles corpos astrais ali aprisionados...

 

Do livro: “A Missão Da Umbanda” Ramatís/Norberto Peixoto.

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Os Pretos Velhos, Almas e Angola, Canjerê e Lunda Kioko

As almas santas e benditas. São a falange mais caracterizadora da Umbanda, e nasceu de cultos conhecidos como Almas e Angola e Lunda Kioko (Omolokô).

Foto: paijoaodeangola.com.br

Os primeiros negros que aportaram no Brasil, mais precisamente Rio de Janeiro, vieram da região da atual Angola, e do sul da África. Eram as tribos: Lundas, kiokos, cabulas, cambindas, haussás, fulanis, cassanjes, mucoca, monjolo, congos, bantos, Fashi-Ashantis, moçambiques.

Estes negros se uniram em crenças como todos nós sabemos e mais ou menos se unificaram no ritual de Angola (bantu-kikongo). Os mais sincretizados se transformaram nos rituais denominados ‘Almas e Angola’ e Omolokô (Lunda Kioko) que foi difundido no Rio de Janeiro e Minas Gerais.

A angola continuou com seus Ji’nkinsi (Deuses-plural de N’kinsi) cultuando-os em quase total segredo.

Algumas casas sincretizaram seus deuses aos deuses nigerianos sem poder ter ensinamentos suficientes ou mediante aos sincretismos particulares (filhos de uma nação se introduzindo e amalgamando as duas).

A nação Lunda Kioko (Omolokô) -era uma tribo ao sul da África- em boa parte sincretizou seus Kalundu aos orixás nagôs, e em boa parte foi se perdendo (até que se encontra atualmente numa busca por suas raízes em algumas casas)

A nação ‘Angola e Almas’ foi sincretizada ao catolicismo, e incorporou o panteão nagô. Posteriormente foi transformada em Canjerê e depois em Umbanda de Almas. Muito fácil ter se perdido suas raízes ou mesmo citações após tantas incorporações e desmembramentos.

O resumo acima nos permitiu entender melhor não só as raízes da linha das almas de Umbanda, como da própria Umbanda. E uma pergunta insiste: -Coincidência o Estado da Guanabara ser a capital do país e ter recebido os escravos bantos e congos? Seria talvez um plano dos espíritos superiores? Ou pura matemática, a Umbanda nascer na capital e se dar por tantos sincretismos onde justamente havia um fluxo grande de perspectivas religiosas? O que você me diz?

Podemos em Angola e Almas ancorar a base dos pretos velhos, que não foi totalmente perdida, pois estamos ainda em contato direto com os protagonistas. Mas aos que buscam entender a pureza do culto:

A maior parte dos rituais banto e congo não se dá pela incorporação, mas pelos encantamentos. 
As cantigas, ervas, favas, pós e os dikenga (mandalas utilizadas no Kongo), são os maiores fundamentos neste ritual (assim como no culto à Ifá). 

Os ancestrais deste culto sempre ficaram com o espaço externo denominado ‘Cruzambê’ (ver a iniciação de muzenza, Ornato José da Silva - Pallas), a casa das almas, com um cruzeiro, chão de areia, copos, ervas, favas, coités, e quartinha. Aprendi em algumas casas a colocar uma quartinha para as almas. Como bem vimos antes em relação aos nossos ancestrais familiares houve muita dispersão, mistificação, e com todas essas misturas muita coisa real foi perdida. Ou seja, o ritual que mais interessa é o que funciona para nós e este nem sempre é o que queremos.

Cada preto velho possui uma raiz, uma fé e culto segundo seu aprendizado.

Eu aconselho o conhecimento do médium para com seu guia, e através deste conhecimento desenvolver seus rituais.

Uma imantação de um Preto Velho é maravilhosa para proteger uma casa, e os resultados são sempre obtidos.

Normalmente usamos para a imantação dos pretos velhos:


  • O ponto em ferro, madeira, ou pemba.
  • Uma panela de ferro
  • Otá 
  • Os sete metais (ouro, cobre, prata, chumbo, estanho, latão e ferro)
  • Sal grosso (de preferência o puro)
  • Folhas de café, tabaco, fumo e arruda.
  • Favas de saúde, sete linhas, paz, divina, olho de boi, preto velho.
  • Turmalina negra (Puxa toda a negatividade)
  • Uma estrela de cinco pontas (Símbolo de vida, evolução e Umbanda)
  • Uma cabeça de alho roxo (afasta vampiros e parasitas astrais)
  • Um punhal preto e branco (Ponteiro serve para impedir a passagem de espíritos indesejados, deve ficar por cima apontando para a entrada, ou virado para cima)
  • Orobô (pacto com a ancestralidade)


Deixar os elementos curtindo no sumo das ervas  preparado com vinho com orobô ralado por três dias.

Depois colocar na panela de ferro com sal grosso, o ferro, e os outros elementos, soprando o pó do ponto por cima.

Plantar num pé de arruda, sem o sal grosso, colocando num vaso de planta na porta de casa, no quintal ou varanda.

Colocar os elementos num coité com sal grosso na frente da imagem.

Caso não tenha assentamento no seu ritual: Lavar a imagem com as ervas e essências, e colocar os elementos nos pés da imagem, ou dentro. Neste caso o otá deve ficar em contato com a terra numa planta, não é bom ficar preso dentro da imagem.

Colocar tudo numa quartinha (menos o sal grosso) e oferecer à entidade com água ou sumo de ervas aos sábados. As bebidas alcoólicas e café colocar num coité.


Outros elementos que podem fazer parte da sua firmeza:
Um imã com muitas moedas
Cruz de osso ou marfim (vendida em lojas de artigos religiosas)
Cruz de Azeviche
Figa de Azeviche
Figa de Arruda
Figa de Guiné
Terço
Pedra Dara


O colar tradicional sempre foi a conta de lágrima de nossa senhora, eu conselho um olho de boi, favas, pedras, e se possível pingentes feitos com os metais astrais, ou no mínimo o chumbo que nos liga à ancestralidade e o carma, e o ouro que nos remete à saúde (saúde, poder, riqueza).

A melhor oferenda é o prato tradicional para a raiz desta entidade. Pai mineiro com um feijão e couve, Maria Baiana com um angu...Tia Maria de Minas um Tutu, o que melhor for de agrado aos nossos protetores. A diferença são os elementos que  colocamos na oferenda simbolizando o que nós estamos pedindo materialmente, emocionalmente, e mentalmente.
Para muitos isto pode ser indiferente, mas aos que entendem sobre psicologia, subconsciente e egrégora de ancestrais culturais poderão se utilizar de magias aprimoradas.


MAGIAS E RITUAIS DAS ALMAS

Defumador para afastar descarrego e mandar energias negativas, feitiços e espíritos mal intencionados - fazer num dia de sábado
Palha de alho
Cominho

Magia para atrair positividade, boa sorte e prosperidade pelas almas 
Quinar as folhas de guiné, cana-de-açúcar, sálvia e Alfavaca e depois fazer um chá.
Colocar o chá ainda bem quente numa tigela na entrada da casa, com a porta aberta, enquanto sobe o vapor do chá, assoprar pó de açafrão de fora para dentro, cantando a cantiga do seu preto velho ou preta velha, depois lavar a entrada da casa, e salpicar por dentro e por sobre o telhado.

Oferenda para atrair toda a positividade do seu preto velho (preta velha) na sua vida
Fazer um chá de cominho, dente de alho roxo e arruda. Com este chá fazer um mingau de aveia, colocar numa folha de mamona roxa, arrumar frutas brancas que você goste por cima. Enfeitar com galhos de arruda e flores brancas. No caso de oferenda a uma preta velha colocar um ovo de galinha caipira no meio (simbolizando a fertilidade feminina).

Magia para atrair dinheiro pelas almas
No cachimbo do seu preto velho (ou preta velha) colocar o fumo e misturar anis estrelado, canela e sálvia. Ir fumando e fazendo seus pedidos e sua oração de preferência. Passar oito moedas pelo corpo, colocar aos pés da imagem ou imantação prometendo depois levá-las à porta de uma igreja.

Magia para segurança no comércio
Uma figa de madeira, grande e virgem. Quinar arruda e acrescentar um chá de cominho deixar por três dias curtindo. Depois de 3 dias, socar três dentes de alho e esfregar na figa com dendê. Riscar o ponto do seu preto velho e soprar sobre a figa. Amarrar a figa com fitas do Sr. do Bonfim e outros santos de sua devoção. Colocar no comércio.Não é indicado para bares, pois este amuleto repele egun, o que destruiria o movimento de um bar.