sexta-feira, 29 de junho de 2018

Conversa com Preto-Velho

Estes dias eu estava firmando meu altar, quando o faço procuro me concentrar para que meus guias e mentores espirituais possam me dar alguma instrução, caso se faça necessario. A maioria das vezes nada aconteçe, porém esta semana que passou tive uma rapida conversa com o Preto-velho que trabalha comigo e recebi uma mensagem que achei muito legal, e gostaria de compartilha-la, vou incluir a conversa logo abaixo:
“- Save meu filho, você sempre pede para trazermos alguma coisa para você hoje eu vim lhe fazer uma pergunta!
– Suas bençãos meu Pai, save suas forças, e muito obrigado por tudo que vós faz por mim.
– Meu filho, você acredita em Zambi? Acredita na existencia de uma força maior e superior a todos nós?
– Sim meu Pai, acredito!
– E você acredita ser filho de Zambi?
– Sim meu Pai acredito que todos somos!
– Então nós podemos dizer que você é parte de Zambi?
…depois de pensar alguns segundos respondi…
– Sim meu pai acredito que podemos dizer isso sim!
– Então parte de Zambi é você! correto?
– É meu pai, vendo por este lado, esta correto sim!
– Meu filho, você tem sua fé completa em Zambi?
– Tenho meu pai!
– E em você?
– As vezes não meu pai, as vezes duvido de mim mesmo!
– Então você não tem sua fé completa em Zambi!
… fiz cara de interrogação, e ele continuou…
– Se Zambi está no mais alto dos altos e parte dele está em você, não adianta olhar para os céus e dizer que acredita nele, sem olhar para dentro de você e dizer que acredita em você! Se Zambi está lá mas também esta aqui, temos que acreditar nele lá e nele aqui!
– Hummmm
– então meu filho, as vezes as pessoas, as vezes você, e muitos outros, pedem coisas a Zambi e não alcançam, depois preguejam ou colocam a culpa no tal do merecimento, quando na verdade faltou fé!
… permaneci em silencio quando ele concluiu…
– Faltou fé em uma parte importante de Zambi, a parte que esta dentro de cada um, somente acreditando em sí proprio o homem consegue fazer a diferença em sua própria vida e na vida dos seus irmãos. Muitos homens fazem diferença na vida das pessoas, observe cada um deles e você verá que a primeira coisa que eles tiveram foi a fé em si mesmo, foi a fé na pequena parte de Zambi que habita em cada um!
… Fiquei calado por um tempo, e o preto-velho me deixou refletindo, depois de algum tempo agradeci, ele se despediu e se foi, deixando o ensinamento para o filho de pouca fé.”
Pai Joaquim de Angola – SP. dia 01/06/2011
Um grande abraço a todos!
Beto Angeli
Médium do “NÚCLEO UMBANDISTA E DE MAGIA CABOCLO FLECHA CERTEIRA E PAI MANUEL DE
ARRUDA”
Fonte: http://espacoabertoestudosumbanda.blogspot.com.br/

quinta-feira, 28 de junho de 2018

PRETO VELHO AMALÁ

7 ou 14 velas branca e preta, tutu de feijão, feijão fradinho, doces naturais como cocada, rapadura. Bebida: cerveja preta ou marafo. Fruta: banana prata também conhecida como banana maçã. Flores brancas. Um cachimbo, fumo e cigarro de palha.

FIRMEZA DE PRETO VELHO NO CEMITÉRIO.

Muitos médiuns e dirigentes de Umbanda acreditam que basta incorporar seus guias para que eles comecem a trabalhar no atendimento às pessoas que vão aos centros em busca de auxilio.
Mas isto não é verdade e antes de um medium começar a dar atendimento ele deve firmar seus guias nos seus campos de atuação, sob a irradiação dos orixás que os regem e sustentam seus trabalhos.
Mesmo que um medium já esteja incorporando muito bem seus guias, ainda assim é preciso que ele firme todos os seus guias antes de começar a dar passes e consultas, e em hipótese alguma deve deixar para depois estes procedimento básicos e indispensáveis a um bom trabalho de atendimento às pessoas necessitadas.
Sim! Sem estar com todas as suas forças espirituais muito bem identificadas e firmadas em seus campos vibratórios, de já terem seus colares ou guias de trabalho cruzadas e consagradas, de já terem riscado seus pontos de firmeza, não se deve permitir a um medium novo que dê atendimento às pessoas dentro de um centro.
E isto, por duas razões:
1ª- Só com as forças devidamente firmadas elas poderão fazer um bom trabalho para os necessitados, por que contarão com a cobertura dos orixás que regem o campo em que atuam.
2ª- Só com suas forças espirituais bem firmadas um medium pode mexer com certas forças que entram com as pessoas que precisam ser ajudadas.
Se dou esse alerta é porque já estou cansado de ver medium ficar 1, 2, 3 anos frequentando os centros, girando e ajudando os trabalhos sem que tenham ido à natureza firmar corretamente as suas forças espirituais, que querem trabalhar, mas não podem mexer com coisas pesadas porque seus mediuns não têm o preparo necessário.
Durante o desenvolvimento, sem pressa e só após o guia se identificar, é dever, é obrigação de o medium firma-lo em seu campo vibratório na natureza, e fazer bem feita essa firmeza, dando ao guia os recursos necessários para que ele tenha meios de ajudar as pessoas necessitadas.
Mas não adianta ‘só ir à natureza e dar uma oferenda ao guia que tudo estará resolvido.
Não mesmo!
É preciso que a firmeza seja feita dentro de certos procedimentos para que tenha validade.
Procedimentos para firmar a força de um Preto Velho (a) no Campo Santo:
1º - Adquirir todos os elementos necessários: --(comidas e bebidas de preto velho), velas e flores de crisântemos brancos.
Comidas: bolo de fubá, arroz doce, canjica, pipocas estouradas e sem sal.
Bebidas: Café, agua, vinho licoroso branco, agua de côco, Sempre em acordo com o que ele pedir ou intuir ao seu medium.
Velas: - 7 velas brancas para o circulo da oferenda.
Mais uma vela branca para o Pai Obaluaiê, 1 vermelha para o Pai Ogum Megê, 1 amarela para a Mãe Iansã que deverão ser acesas em triangulo, (antes de se fazer a oferenda ao Preto Velho), na frente do cruzeiro das almas, e dentro dele o medium deve colocar uma vela branca para si e pedir a benção e a proteção destes orixás.
2º - Após firmar os orixás em triangulo o medium os saúda, pede-lhes a benção e a proteção. Depois pede licença para firmar seu Preto Velho no Campo Santo.
3º - Depois recua 7 passos largos para traz dando o primeiro com o pé direito e, no sétimo. Ajoelha, cruza o solo com a mão direita, saúda seu Preto Velho ou sua Preta Velha, e lhe pede licença para firmar ali, diante do Cruzeiro das Almas, a sua força.
4º - A seguir pega os elementos e começa a fazer a firmeza: - acende as velas brancas em circulo, coloca um pedaço de pana branco sobre o solo e deposita em cima dele um alguidar ou um prato de papelão com as pipocas, cruza-as com o mel; a seguir coloca os ramos de crisântemos brancos entre as velas, e com as flores viradas para o lado de fora do circulo de velas; a seguir coloca as comidas e as bebidas ao redor do alguidar, com cada um dos elementos acondicionado dentro de um recipiente adequado e biodegradável. (Os vasilhames usados para leva-los devem ser recolhidos pelo medium).
5º – Após fazer a firmeza o medium deve cantar pontos ao seu Preto Velho (a) ou fazer uma oração, pedindo lhe que firme suas forças no Campo Santo, para que possa, já firmado, incorporar no Centro e fazer a caridade espiritual ajudando os necessitados.
6º - Caso o Preto Velho incorpore, o cambone ou a pessoas que esta acompanhando deve atendê-lo, conversar com ele e servi-lo com o que ele pedir.
7º - Depois, o médium dever pedir a benção e o axé dele, dar 7 passos para traz e se retirar.
Obs.: O médium deve pedir licença na porteira para entrar e para sair do Campo Santo e sua firmeza deve ser feita com respeito, reverencia e muito amor no coração, pais é um ritual sagrado de Umbanda essa firmeza de forças e, assim como ele é necessário, ele também trará inúmeros benefícios para o médium que o fizer.

segunda-feira, 25 de junho de 2018

PRETO VELHO FALA COM KARDEC

Pouca gente sabe, mas numa das reuniões realizadas na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, Allan Kardec evocou um Espírito que, segundo as terminologias da cultura brasileira, poderia ser classificado como um “preto velho”.
Esse encontro, narrado pelo próprio Kardec nas páginas da sua histórica “Revista Espírita” (Revue Spirite), de junho de 1859, aconteceu na reunião do dia 25 de março daquele mesmo ano. Pai César – este o nome do Espírito comunicante – havia desencarnado em 8 de fevereiro também de 1859 com 138 anos de idade – segundo davam conta as notícias da época –, fato este que certamente chamou a atenção do Codificador, que logo se interessou em obter, da Espiritualidade, mais informações sobre o falecido, que havia encerrado a sua existência física perto de Covington, nos Estados Unidos.
Pai César havia nascido na África e tinha sido levado para a Louisiana quando tinha apenas 15 anos.
Antes de iniciar a sessão em que se faria presente Pai César, Allan Kardec indagou ao Espírito São Luís, que coordenava o trabalho, se haveria algum impedimento em evocar aquele companheiro recém-chegado ao Plano Espiritual. ao que respondeu São Luís que não, prontificando-se, inclusive, a prestar auxílio no intercâmbio. E assim se fez.
A comunicação, contudo, mal iniciada, já conclamou os participantes do grupo a muitas reflexões. Na sua mensagem, Pai César desabafou, expondo a todos as mágoas guardadas em seu coração, fruto dos sofrimentos por que passara na Terra em função do preconceito que naqueles dias graçava em ainda maior escala do que hoje. E tamanhas eram as feridas que trazia no peito que chegou a dizer a Kardec que não gostaria de voltar à Terra novamente como negro, estaria assim, no seu entendimento, fugindo da maldade, fruto da ignorância humana. Quando indagado também sobre sua idade, se tinha vivido mesmo 138 anos, Pai César disse não ter certeza, fato compreensível, como esclarece o Codificador, visto que os negros não possuíam naqueles tempos registro civil de nascimento, sobretudo os oriundos da África, pelo que só poderiam ter uma noção aproximada da sua idade real.
A comunicação de Pai César certamente ajudou Kardec, em muito, a reforçar as suas teses contra o preconceito, o mesmo preconceito que o levou a fazer, dois anos depois, nas páginas da mesma “Revista Espírita”, em outubro de 1861, a declaração a seguir, na qual deixou patente o papel que o Espiritismo teria no processo evolutivo da Humanidade, ajudando a pôr fim na escuridão que ainda subjuga mentes e corações:
“O Espiritismo, restituindo ao espírito o seu verdadeiro papel na criação, constatando a superioridade da inteligência sobre a matéria, apaga naturalmente todas as distinções estabelecidas entre os homens segundo as vantagens corpóreas e mundanas, sobre as quais só o orgulho fundou as castas e os estúpidos preconceitos de cor.”
fonte: SERVIÇO ESPÍRITA DE INFORMAÇÕES ed. nº 2090 (19/04/2008)
Só lembrando: A Umbanda (A VERDADEIRA) se propõe a trabalhar com e dar prosseguimento evolutivo, exatamente a esses espíritos que, não tendo tido oportunidade em sua vidas terrenas de se tornarem hábeis escritores, “missionários divinos”, hábeis oradores e outras ações iluministas mais, vêm aos seus médiuns, de acordo com suas reais personalidades, sem floreios, transmitir seus conhecimentos e ajuda a quem quer que seja, atendendo os de qualquer religião sem quaisquer distinções.
Que não nos prendamos nas ações exteriores apenas, para através delas julgarmos, pois se assim for, teremos, desde o início, que julgar que os de tantas outras religiões (observemos bem isto) que usam velas, imagens, defumações e até bebidas específicas a seus cultos, são todos pobres obsedados que com essas coisas estão é atraindo espíritos.trevosos.
Texto compartilhado e agradecimentos especiais ao  nosso irmão CLAUDIO ZEUS.

Vovó Jacobina de Aruanda – Mensagem

Apenas uma mensagem de uma senhorinha muito rica em bondade.
“Filha, o mal ele é um espelho que reflete a imagem de quem olha para ele”.
O mal minha filha tem endereço certo, questões de sintonia e afinidade.
Mas tenhamos piedade daqueles que não tem dentro dos seus corações o amor, a gratidão, que sofrem do esquecimento provocado pela arrogância e orgulho.
Tenha piedade e misericórdia deles, são apenas crianças malcriadas neste mundo, e Deus em sua infinita bondade não abandona os seus, mas os ensina, os disciplina na grande escola da vida.
Ele é o grande Pai e como Pai educa seus filhos.
“Aquele minha filha que adoça e alimenta nossa boca e a boca dos nossos filhos não podem ser esquecidos, devem ser valorizados, porque nunca saberemos quando sentiremos fome novamente”.
Mas alguns esquecem, perdoemos, porque a essência daqueles que seguem na Lei de zambi é o Perdão.
E se eles precisarem do seu Amor os acolha, porque toda criança malcriada é necessitada de muito amor e compreensão.
O seu coração minha filha é de Mamãe Oxum, sua natureza e essência é Amor e Compaixão.
Vovó Jacobina de Aruanda. – Preta Velha muito amada de Mãe Cristina do Templo de Umbanda Ogum 7 Ondas e Cabocla Jupira.

A OFERENDA DE NEGA VÉIA.

Todo dia o filho vai lá, me coloca uma xícara de café amargo, meu galinho de arruda, acende uma vela branca. Mas meu fiô por que? do que adianta lembrar de mim, se não segues meus conselhos e orientações? Do que adianta me agradar para mostrar aos outros que você cuida de mim, se você mesmo não cuida de si mesmo? Do que adianta vir diante da minha imagem, rezar.. se quando acaba a reza já está lá você arquitetando e fazendo maldades contra seu próximo? Ah meu fiô, que agrado.. que oferenda.. prestimosa seria, se quando nega veia chegasse perto de tu, visse um coração de bondade, uma alma limpa de sentimentos, boas atitudes e ações. Nesse momento meu fiô nega se sentiria a mais rica de todas, rica das graças que o homem com seu dinheiro não pode comprar. Nega agradece o cafezinho e a vela de todos os dias, nega se vai com a esperança de amanhã estar ali a minha tão esperada oferenda. Que zambi abençoe.
É pessoal quantos por ai não fazem exatamente isso, agem de hipocrisia para com suas entidades, como se as entidades não enxergassem suas almas adoentadas e endurecidas.
Lembrem-se quando for fazer uma agrado para qualquer guia e Orixá, avalie criteriosamente se aquela oferenda é a que mais agrada a seu Orixá, e se você não está confundindo os valores espirituais. As riquezas espirituais são bem diferentes das materiais, tenha boas atitudes e pensamentos. Cristina Alves – TEMPLO DE UMBANDA OGUM 7 ONDAS E CABOCLA JUPIRA

quinta-feira, 21 de junho de 2018

História do Malandrinho da estrada.

Abandonado pelos pais, Malandrinho veio para o rio de janeiro ainda uma criança, onde conheceu uma cafetina em um cabaré da lapa, essa mulher que sempre sofreu pelo fato de não poder ter filhos, o criou ensinando-o desde cedo
as malandragens da vida. Cresceu rodeado de mulheres, bebidas e drogas.
Amante da boa vida, acostumado a ter tudo do bom, as melhores bebidas, os melhores cigarros e claro as melhores mulheres. sempre muito galanteador tendo aos seus pés todas as mulheres que desejava.
Mais uma em especial Malandrinho se apaixonou se entregou mais nunca deixando de lado a malandragem. devido a isso, essa mulher o jurou de morte, justo a unica mulher no qual se entregou.
Durante um jogo d ronda em uma noite tranquila sob os arcos da lapa, malandrinho com seus 19 anos mais ja considerado o rei da malandragem, rei do jogo de ronda e das mulheres, foi surpreendido. um tiro pelas costas foi o que aconteceu caiu um grande homem,"Malandrinho morreu". 

"ele a amou com todo seu pecado
naquela noite linda malandrinho foi jurado
que homem bonito que homem formoso ele é o diabo ele e perigoso
num jogo de ronda que ele nos deixou, foi por causa dela e do seu falso amor,
um tiro pelas costas foi o que aconteceu, caiu um grande homem malandrinho morreu.
ó umbanda linda, umbanda de fé c levanta minha gente ele é o rei do cabaré"

Malandra do Cabaré



A Malandra do Cabaré nasceu na Gamboa, Zona Portuária do Rio de Janeiro. Porém ainda em sua adolescência, começou a frequentar a Lapa e em busca de diversão, começou a se misturar com os Malandros que lá frequentavam e consequentemente com eles aprendeu a jogar seu baralho e passou a conhecer os vícios do cigarro, da bebida e da prostituição. Com o passar dos tempos, começou a se envolver com homens a troco de dinheiro e diversão e eles gostavam de sua boa companhia, pois ela era alegre, festiva, amiga, paciente, o que fazia com que as mulheres a invejasse muito, mas apesar de tudo conseguiu a amizade de uma Malandra que conhecemos como Maria Navalha.como criar um blog

A Lapa era sua família. Não casou, não teve filhos, não teve amores verdadeiros e apesar da grande amizade que tinha com os malandros, com o seu percurso naqueles cabarés, naquelas ruas, naqueles arcos, não resistiu e se entregou aos vícios, que acabaram prejudicando seu corpo, sua vida, sua alma. Cabaré não resistiu por muito tempo, seu corpo não aguentava mais tantos vícios e acabou morrendo. Após a sua morte, recebeu a missão de voltar à terra para prestar a caridade e ajudar as pessoas que assim como ela, estavam passando pelos problemas dos vícios, da boêmia, dos amores e do dinheiro.como criar um blog

Recebeu seu nome de “Malandra do Cabaré”, por ter vivido sua vida no meio da Malandragem e nos Cabarés. Hoje, ajuda a todos que a procuram e nunca ouvi dizer que ela tenha deixado alguém na mão. Muitos a confundem com a Pombo Gira Maria Padilha do Cabaré, por sua generosidade, e elegância, mas não tem nada a ver uma com a outra. Malandra do Cabaré gosta de ser amiga, de dar conselhos e de resolver os problemas de seus clientes. Senhora da boêmia, que levanta a todos que a procuram, pois é uma mulher guerreira, de muita fibra e que nunca se deixou abater pelas dificuldades.como criar um blog

A Malandra do Cabaré gosta de trabalhar com seu baralho, gosta de cravos vermelhos e brancos e tem admiração pelas rosas vermelhas. Gosta de beber sua cerveja, fumar seu cigarro com filtro vermelho, usando piteiras pequenas. Suas cores preferidas são o branco, vermelho e dourado. Suas guias possuem as cores vermelhas e brancas e sua roupa possui as cores vermelhas, douradas e brancas, sendo que na sua saia tem naipes de baralho. Usa chapéu panamá branco com uma fita vermelha. Sua comida preferida é o salaminho temperado com limão e seus pontos de força são o cabaré e a Lapa.como criar um blog

Ponto 

Foi num cabaré na Lapa
 Que eu conheci você 
Fumando cigarro, 
Entornando champanhe no seu soirée
 Dançamos um samba, 
Trocamos um tango
 por uma palestra 
Só saímos de lá meia hora
 Depois de descer a orquestra Em frente
 à porta um bom carro nos esperava
 Mas você se despediu e foi pra casa
 a pé No outro dia lá nos Arcos 
eu andava À procura da Dama do Cabaré 
Eu não sei bem se chorei
 no momento em que lia A carta que recebi 
não me lembro de quem Você nela me dizia
 que quem é da boemia Usa e abusa da 
diplomacia Mas não gosta
 de ninguém Foi num cabaré na Lapa...como criar um blog

Malandra Maria Do Cais



Até parece música: “Oh, Maria do Cais, quem conheceu não esquece jamais,...”. Quem viveu em Itajaí na década de 60 com certeza sabe de quem estou falando. Não havia uma pessoa na beira do cais que não tivesse conhecido ou ouvido falar de Maria, mulher forte, valente, desbocada, prostituta e com um coração enorme.

Nascida em Timbó (SC), Olga da Silva Leutério, verdadeiro nome de Maria do Cais, é de origem pobre e foi adotada, ainda criança, por uma família de alemães. Ela sentiu na pele a violência, aos sete anos foi estuprada. Um pouco mais tarde, quando voltou a morar com a mãe sofreu o assédio do padrasto e então fugiu de casa.

Alguns anos depois, não se sabe ao certo, Maria veio para Itajaí e se instalou na região do cais. Entre pescadores e estivadores, não havia quem não conhecesse aquela mulher de estatura avantajada. “A Maria do Cais foi uma mulher que na beira do cais, ela rodava a baiana mesmo. O pessoal que fazia a linha da Argentina, que estava muito aqui, já conhecia ela”, relembra Mário Luiz da Luz, trabalhador do cais na década de 60.

Maria se instalou no antigo prédio da prefeitura de Itajaí, que ficava ao lado da Capitania dos Portos, hoje demolido. Em meados de 1950 o local estava em fase de construção, abrigaria a Alfândega, mas por problemas políticos ou financeiros a obra foi abandonada, sendo construído apenas o ‘esqueleto’, sem portas ou janelas. 

Mas Maria não era a única a se instalar no prédio, outros que não tinham onde morar e dormiam próximos ao cais do porto, também se mudaram para lá. Maria era a líder, só morava no local quem ela permitisse e ai daquele que desobedecesse Maria. Em um depoimento à historiadora Rita Cássia das Neves Nardes, a própria Maria falou sobre o assunto. “Eu dava um lugarzinho para eles, pode ficar lá em cima, não quero bagunça, se tiver bagunça, eu mando chamar ‘os homens’”, diz ela.

Maria do Cais recebeu este nome pelos seus serviços prestados na região portuária. Em depoimentos, Maria nunca se definiu como prostituta, mas falava que tinha errado demais, que fizera coisas que só o diabo fez e se arrependeu depois. Mas a valente e desbocada figura do cais também era conhecida pela sua solidariedade com aqueles que não tinham nada. Maria ia até os barcos de pesca e pedia ao mestre do barco peixe, se ele não dava, ela rogava uma praga, dizia que iam morrer no mar. Assim, Maria levava a vida, enfrentando polícia, delegado, pescador, tudo para se proteger e proteger aqueles que viviam com ela, e que de certa forma eram a sua família. Maria do Cais, mulher forte, valente, mal criada, desbocada, prostituta, amiga, solidária. Uma pessoa com o  coração tão grande quanto a sua fama pela cidade . Oh, Maria do Cais, quem te conheceu não esquece jamais. 

Malandra Maria do Morro



A Malandra Maria do Morro é uma malandra que desencarnou há bem  pouco tempo, mas foi rapidamente aceita e tratada para ajudar as pessoas.

Maria do Morro nasceu, viveu e morreu no morro. Nasceu de família simples e tinha muitos irmãos, porém o pai abandonou a  família quando ainda era pequena. Sua mãe era lavadeira e ela a ajudava como podia arrumando a casa, cozinhando e cuidando dos irmãos.

Maria do Morro amava a favela, amava o jeito como as pessoas viviam ali, amava o samba e foi no samba que se apaixonou por um negro forte, alto, sambista, era um Malandro e levava uma  vida bandida. Ele compôs muitos sambas em homenagem a ela e procurava sempre levá-la para as boemias, porém Maria do Morro era muito ciumenta e ele muito malandro e mesmo morando juntos a união não deu certo.

Os dois brigavam muito e ele a deixava em casa para ir para as farras. Maria era muito esperta e não queria ser passada para trás e numa dessas brigas ela quebrou uma garrafa e partiu para cima do Malandrão que sacou uma arma e deu três tiros em Maria.

Vieram pessoas de todos os lugares e a senhora lavadeira quando viu sua filha estirada no chão morta, se pôs a chorar.

O malandrão tentou pular o muro e ficou preso num beco sem saída e acabou preso.

Maria desencarnada, sentia fortes dores na cabeça e ficou desesperada ao ver seu corpo sangrando e sua mãe debruçada chorando. Gritou. Gritou muito mas ninguém  podia ouvi-la, foi assim que ela viu uma luz que vinha de longe e que tomava a forma de uma mulher e esta lhe disse:

Maria não temas, suas dores logo cessarão, sua mãe irá melhorar e você receberá ajuda. Esta mulher tirou Maria daquele lugar e a levou para um terreiro de Umbanda e a explicou sobre os trabalhos na linha da malandragem. Maria nunca havia sido religiosa, mas gostou do que ouvia a respeito da caridade e do amor ao próximo, atuando num trabalho como entidade na Linha das Malandras.

Após meses e meses se preparando, Maria recebeu o nome de Maria do Morro. Ela perdoou o homem que a matou mas jurou nunca mais amar ninguém