quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

SÃO CIPRIANO E OS PRETOS VELHOS



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SÃO CIPRIANO

Venerado pela igreja, adorado pelos feiticeiros, respeitado pelos magos…


São Cipriano, bispo de Antioquia, passou para a história como um mártir e ganhou a fama co­mo o mago mais conhe­cido do mundo.


Nascido no século III d.C., segundo a lenda, ele logo entrou para a irmandade dos magos depois de uma estada entre os persas.


Na sagrada terra do culto do fogo, ele aprendeu as ar­tes adivinhatórias e in­vocatórias.


Os ances­trais espíritos e gênios eram conhecidos por Ci­priano, que mantinha con­tato fre­qüente com o Mundo Invisível.


Voltando para sua cidade natal, Ci­priano começou a exercer sua rentável profissão.


Logo adquiriu fama e era pro­cu­ra­do por nobres, comerciantes e guer­rei­ros.


Certo dia um cavalheiro apaixo­nado pe­diu um feitiço amoroso, um “filtrum”, co­mo chamamos em magia natural.

O al­vo era a bela e jovem Justina, nobre vir­­gem cobiçada por muitos ricos senho­res.


Justina havia sido recentemente con­ver­tida a uma nova e estranha religião…


Seus seguidores adoravam um judeu cru­cificado da Palestina que tinha feito muitas curas e profecias.


Aos olhos dos antioquenos isso era até engraçado.


Por que adorar um homem, se existiam tantos deu­ses e gênios?


Cipriano preparou um filtrum e nada acon­­teceu.


O cavalheiro apaixonado re­cla­­mou e exigiu o dinheiro de volta.


Nosso mago, muito contrariado e não acostu­ma­­do a falhar, refez a poção e adicionou um conjuro especial.


Nada!


Agora a coisa era para valer!


O Mestre Cipriano convocou o Rei dos Gênios em pes­­soa.


Dentro do círculo mágico ele or­de­­nou e o terrível Jinn se fez presente.


O gênio explicou que Justina era serva de uma entidade de maior magnitude e nada poderia fazer…


Dito e feito.


Movido pela curiosidade Cipriano vai até Justina.


Estabelece uma rica conversa com ela e percebe na garota uma luz espe­cial.


Dias depois, o poderoso Cipriano se con­vertia ao Cristianismo primi­tivo,
que nesta época era uma re­ligião cheia de magia, sa­be­doria e simplicidade.


Afinal, o Cristianismo nas­cente era o her­deiro da religião dos velhos ma­gos da Pérsia.


Não esta­vam os três grandes ma­gos persas diante do me­nino Jesus na noite de Na­tal?


Cipriano e Justina mor­rem juntos durante a perseguição aos cristãos.


Séculos depois, curan­dei­ros e benzedores eu­ro­pe­us vão pedir a Cipria­no, que virou santo, fa­vo­res e saberes.


O culto de São Cipriano chegou ao Brasil com os degredados portugueses perseguidos pela Inquisição.


Na memória eles traziam as fórmulas, orações e magias ciprianas.


Bem mais tarde os primeiros “livros de São Cipriano” chegaram aqui.


Com a chegada dos negros escravos, os Mulojis (xamãs) bantus tomaram conhe­cimento da tradição do mago de Antioquia.


Boa coisa!


Na Kimbanda Cipriano era con­siderado um Makungu (ancestral divi­ni­zado) e digno de culto.


Em Angola os Mu­lojis já cultuavam Santo Antonio, que se encarnou numa profetisa bantu cha­ma­­da Kimpa Vita.


Por isso, dentro do cul­­to de Cipriano os xamãs botaram muitas mirongas e mandingas.


O tempo passou e a Kimbanda virou Quimbanda.


Elementos da feitiçaria ocultis­ta e mesmo da magia negra penetraram nos ensinamentos dos sábios Tios e Tias africanos.


São Cipriano entrou nos mistérios da noite.


O respeito virou medo e assombro.


O santo ganhou Ponto Cantado, Riscado e Dançado.


Pulou do altar para o chão de terra, virou chefe de Linha e Falange, vestiu toga negra e até adquiriu um gato preto!


Na Lua Cheia de agosto ele tem festa à meia-noite, junto com a Comadre Salomé e os Compadres Bode Preto e Ferrabrás.


Até uma Fraternidade Mágica ele ganhou, quando Dom Fausto, um cu­randeiro,
encontrou um frade agonizando perto de um local desértico.


Examinando o doente, ele notou que o religioso fora mordido por uma vene­nosa serpente e estava à beira da morte.


Dom Fausto o carregou até sua casa e o curou com a ajuda de preciosas ervas.


Como agradecimento, o frade presenteou o curandeiro com uma velha cruz de ma­deira.


Noites depois, na pobre casinha de Dom Fausto, ocorreu um fato sobre­na­tural.


Uma estranha e misteriosa luz ema­nou da cruz, preenchendo todo o am­biente.


O curandeiro acordou e viu, ao la­­do da cruz iluminada, a figura de um velhinho barbado com mitra na cabeça.


O personagem que segurava um cajado, sorriu para ele e disse:


-“ Venho até você e peço…


Crie uma fraternidade de bons homens e mulheres, façam a caridade e curem em nome de Deus.”


O curandeiro, admirado, perguntou:


- “Quem é você?”


O espírito respondeu:


- “Sou Cipriano!”


Dias depois, Dom Fausto reuniu seus tios, alguns primos e contou o ocorrido.


Nasceu assim uma Fraternidade de cura sob a proteção de São Cipriano.


Isto acon­teceu no século XVIII, em Dezembro de 1771.


Durante algum tempo o piedoso gru­po só admitiu parentes.


Porém, se­gundo orientações espirituais, foram sendo convidadas pessoas de boa índole de ou­tras famílias e procedências.


Por tradição uma cidade mágica era escolhida para sediar a Fraternidade.


O critério da escolha sempre foi motivado por estranhas leis estudadas na Radiestesia.


Paraty (RJ) foi a cidade escolhida, pois, além das condições telúricas excelentes,
ela é toda construída com sólido simbo­lismo maçônico.


Coincidentemente, a re­gião também tinha forte presença kimban­deira e quimbandeira,
que com o tempo chegou até a receber os místicos cultos da Cabula e da Linha das Almas.


Hoje a cida­de não fica por menos, já que conhecemos algumas irmandades de iniciados caba­listas, templários e yogues que se estabe­leceram por lá.


Na Quimbanda os espíritos de alguns pretos velhos de origem bantu se filiam na Linha de São Cipriano.


Estas são almas de antigos mandingueiros, feiticeiros (aqui com o sentido de xamã) e kalungueiros.


Todos mestres nas artes da cura e da magia.


Muitos até adotam o nome do Pa­­trono:


Pai Cipriano das Almas, Pai Ci­priano Quimbandeiro, Pai Cipriano de Angola…


Estas entidades recebem ofe­rendas na kalunga pequena, perto do Cruzeiro.


Também são ofertadas nas por­tas das igrejas e capelas.


Oferendas: Velas brancas ou brancas e pretas, marafo, café preto e tabaco.


Uma Linha pouco conhecida, mas também ligada a São Cipriano, se chama Linha dos Protetores.


Neste grupo tra­ba­lham espíritos de velhos magos europeus, ciganos curandeiros e misteriosas entida­des do fundo do mar.


São Cipriano está vivo e é do bem.


As receitas exóticas dos Livros de São Ci­priano
(Capa de Aço, Capa Preta, Capa Vermelha, etc…) jamais foram praticadas ou escritas por ele.


Elas são uma triste con­­tribuição da magia negra européia.


Os segredos de São Cipriano passa­ram para os Mulojis da Kimbanda e foram repartidos com alguns adeptos da Quim­banda.


Contudo, ainda existe o mistério.


Quais seriam estes segredos?


Como diz um velho Ponto Cantado de São Cipriano:


“Santo Antonio é mandingueiro,
Santo Onofre é mirongueiro.
Ai, ai, ai, meu São Cipriano…
Negro que sabe fazer bom feitiço,
Faz em silêncio, fala pouco e é quimbandeiro!”


Algumas fontes registram que houve outro Cipriano mago.


O Feiticeiro. 


Algumas fontes registram que os livros foram escritos pelo mago outras que foi redigido antes de sua conversão, mas o mistério que envolve a vida do Santo interfere também em seu livro. Uma parte dos manuscritos foi queimada por ele mesmo. A questão é que não se sabe quando, e por quem os registros foram reunidos e traduzidos do hebraico para o latim, e posteriormente levados para diversas partes do mundo.

No decorrer dos anos, o conteúdo sofreu alterações significativas. Houve uma adaptação de acordo com as necessidades e possibilidades contemporâneas; além da adequação necessária na tradução para os vários idiomas. Esses fatores colocam em dúvida a fidelidade das versões recentes, se comparadas às mais antigas.


Atualmente, não é possível falar do Livro, mas sim dos Livros de São Cipriano. As edições capa preta e capa de aço; ou aquelas intituladas como o autêntico, o verdadeiro, ou o único, enfatizam um mesmo acervo mágico central, e ainda exaltam o cristianismo e a vitória do bem sobre o mal. Porém, existem grandes diferenças no conteúdo. Enquanto alguns exemplares apresentam histórias e rituais inofensivos, outros apelam para campos negativistas e destrutivos da magia.

Filho de pais pagãos e muito ricos, nasceu em 250 d.C. na Antioquia, região situada entre a Síria e a Arábia, pertencente ao governo da Fenícia. Desde a infância, Cipriano foi induzido aos estudos da feitiçaria e das ciências ocultas como a alquimia, astrologia, adivinhação e as diversas modalidades de magia.


Após muito tempo viajando pelo Egito, Grécia e outros países aperfeiçoando seus conhecimentos, aos trinta anos de idade Cipriano chega à Babilônia a fim de conhecer a cultura ocultista dos Caldeus. Foi nesta época que encontrou a bruxa Évora, onde teve a oportunidade de intensificar seus estudos e aprimorar a técnica da premonição. Évora morreu em avançada idade, mas deixou seus manuscritos para Cipriano, dos quais foram de grande proveito. Assim, o feiticeiro dedicou-se arduamente, e logo se tornou conhecido, respeitado e temido por onde passava.

Outros ainda o ligam as linhas de pretos velhos vejam a seguinte explicação:


Cipriano desiludiu-se profundamente com as suas artes místicas que até então tinham funcionado tão forte e infalivelmente, para agora serem derrotadas por uma mera donzela com fé no Deus de Cristo. Aconselhado por Eusébio, um amigo seu, e observando o poder da fé de Justine, Cipriano converteu-se ao Cristianismo. Assim fazendo-o, o feiticeiro destruiu todas as suas obras esotéricas e tratados de magia negra, assim como ofereceu e distribuiu todos os seus bens materiais e riquezas aos pobres.

Depois de se converter, Cipriano ainda foi fortemente atormentado pelos espíritos de bruxas que o perseguiam, mas teve fé e assim afastou de si tais aparições que apenas pretendiam reconduzi-lo aos caminhos da feitiçaria. A fama de Cipriano era contudo grande e as noticias da sua conversão ao cristianismo chegaram à corte do Imperador Diocleciano que tinha fixado residencia na Nicomédia.

Cipriano e Justine foram perseguidos, aprisionados e levados ao imperador, diante do qual foram forçados a negar a sua fé. Justine foi despida e chicoteada, ao passo que Cipriano foi martirizado com um açoite de dentes de ferro. Mesmo com a carne arrancada do corpo a cada flagelação do chicote com dentes de ferro, Cipriano não negou a sua fé e Justine manteve-se sofredoramente fiel a Deus.

Perante a recusa de Cipriano e Justine em renunciar à sua fé, o imperador os condenou à morte sendo decapitados em 26 de Setembro de 304 d.e.c., juntamente com um outro mártir de nome Teotiso. Aceitaram a sua execução com grande fé e serenidade, tendo falecido com coragem e dignidade. Os seus corpos nem sequer foram sepultados, e ficaram expostos por 6 dias. Foi um grupo de cristãos que, comovidos pela barbaridade, recolheu-os.

Mais tarde, o imperador cristão Constantino (272 – 337 d.e.c. ) ordenou que os restos mortais de Cipriano fossem sepultados na Basílica de São João Latrão, localizada em Roma, que é a catedral do Bispo de Roma, ou seja: o papa. Foi na “Omnium Urbis et Orbis Ecclesiarum Mater et Caput” (mãe e cabeça de todas as igrejas do mundo) que São Cipriano, o santo e mártir, encontrou o seu eterno repouso.

Todo percurso de São Cipriano é um verdadeiro hino à vida no esplendor da sua existência: do diabo a Deus, dos demônios aos anjos, da feitiçaria à fé crista, da magia negra à magia branca, em tudo São Cipriano mergulhou, estudou e viveu. Do pecado à virtude, da luxúria à santidade, da riqueza à pobreza, do poder à martirização, se alguém é digno de um percurso de existência completo, rico e enriquecedor, eis que este santo assim o representa.

Controverso e polêmico, São Cipriano é a própria noção de evolução espiritual através da profunda vivência das mais diversas realidades espirituais (do mais profano excesso, à mais sacrificada ascese) encontra corpo na vida e obra deste feiticeiro e mártir.


Os Preto-Velhos da Umbanda representam a força, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade. São um ponto de referência para todos aqueles que necessitam pois curam, ensinam, educam pessoas e espíritos sem luz. Eles representam a humildade, não têm raiva ou ódio pelas humilhações, atrocidades e torturas a que foram submetidos no passado. Com seus cachimbos, fala pausada, tranquilidade nos gestos, eles escutam e ajudam aqueles que necessitam, independentes de sua cor, idade, sexo e religião.

Não se pode dizer que em sua totalidade esses espíritos são diretamente os mesmos pretos-velhos da escravidão. Pois, no processo cíclico da reencarnação passaram por muitas vidas anteriores onde foram negros escravos, filósofos, médicos, ricos, pobres, iluminados e outros. Mas, para ajudar aqueles que necessitam, escolheram ou foram escolhidos para voltar à Terra em forma incorporada de preto-velho.

Por isso, se você for falar com um preto-velho, tenha humildade e saiba escutar, não queira milagres ou que ele resolva seus problemas, como em um passe de mágica, entenda que qualquer solução tem o princípio dentro de você mesmo, tenha fé, acredite em você, tenha amor, Amor a Deus e a Você mesmo.

Tenha certeza, assim como a transformação que ocorreu na vida de São Cipriano, os Pretos Velhos transformam a nossa vida se houver Amor.

É incrível o poder que o Amor, e consequentemente nossos queridos Pretos Velhos, tem de transformar as pessoas.

É absolutamente incrível a transformação que os Pretos Velhos são capazes de fazer na vida, no íntimo e no entorno das pessoas. É absurdamente incrível como o amor, simples e puro, é capaz de transformar.

Triste daquele que ainda não sabe amar. Triste daquele que ainda não conhece esse poder. Triste daquele que ainda não foi tocado pelo Amor de um Preto Velho!

“Cada um colherá aquilo que plantou. Se tu plantaste vento colherás tempestade, mas se tu entenderes que com luta o sofrimento pode tornar-se alegria vereis que deveis tomar consciência do que foste teu passado aprendendo com teus erros e visando o crescimento e a felicidade do futuro. Não sejais egoísta, aquilo que te fores ensinado passai aos outros e aquilo que recebeste de graça, de graça tu darás. Porque só no amor, na caridade e na fé é que tu podeis encontrar o teu caminho interior, a luz e DEUS”

Mãe Mônica Caraccio, do blog Minha Umbanda.

Na Salva dos fios


UMBANDA QUERIDA E SAGRADA: MENSAGEM DA PRETA VELHA VOVÓ MARIA DA BAHIA.





Sexta-feira, para alguns, dia que antecede o final de semana. Para outros de mais trabalho, de mais trânsito, de mais irritação, de pensar em lazer e para tantos outros, dia sagrado, de fé, de trabalho religioso, de caridade que age e atinge além da matéria; dia de solucionar os problemas, quebrar demandas, ouvir orientações, saber das verdades, receber passe, enfim… dia de gira.


Nesse contexto, Nilma chega ao terreiro. Estava desesperada, sua vida encontrava-se totalmente desequilibrada, sentia fortes dores e ainda carregava a informação que seres trevosos haviam instalado chips em seu corpo astral atingindo e agindo sob seu físico, espírito e principalmente, vida material. “São três: um na pineal e dois na base da coluna”, afirmava a moça logo ao adentrar naquela Casa Santa. Precisava de rapidez, ajuda e ações de resultado.


Com paciência, o médium responsável por receber os assistidos orientou os procedimentos daquela casa, deu-lhe uma ficha para atendimento e pediu que aguardasse a chamada de seu número. Irritada, Nilma afirma seu problema e solicita urgência e presteza em seu atendimento.


Preces iniciais começam envolver aquele ambiente, cheiros, palmas e atabaques oficializam o início dos trabalhos enquanto o canto determinava: tô incensando, tô defumando pro mal sair e a felicidade entrar… Nilma foi, mais uma vez, orientada a sentar, esperar a chamada e ainda, aconselhada a rezar acompanhando os movimentos e cantos iniciais para sua melhora, para facilitar os trabalhos espirituais da Casa e do Guia Espiritual ao atendê-la.


Salve a pemba, salve a toalha, salve a esquerda, salve a gira, salve a aruanda e os pretos-velhos, a casa estava cheia e o desespero, as dificuldades, dores, desequilíbrios e espíritos negativos superlotavam o ambiente. Seria gira de Preto- Velho, tudo deveria ser muito bem preparado energeticamente, firmado espiritualmente e edificado emocionalmente - as giras de Umbanda são trabalhos sérios que carecem de estrutura, firmeza e cumprimento de muitos fundamentos, mesmo sendo uma religião simples, a Umbanda é plena e eficaz. Ela é transformadora e realizadora para aquele que com fé, humildade e bondade a procura.


Nilma sentou-se no canto ao fundo, estava cada vez mais incomodada e murmurava sem parar, olhava para o relógio e se mexia constantemente, já estava influenciando negativamente as pessoas ao seu entorno como sua nuvem negra e putrificada.


Aliás, ela influenciava a gira toda. Tudo estava mais difícil, as emanações positivas se chocavam com aquele imenso fluxo negativo que, por lógica, estavam sendo potencializados por seres trevosos e zombeteiros. Esses tipos de espíritos negativos penetram sordidamente e em surdina para não levantar suspeitas em qualquer terreiro e tem a “simples” função de prejudicar a gira e a melhora espiritual das pessoas – creio que não seja novidade para ninguém, mas, o Mal não deseja o Bem.


E nessa guerra firmada o atabaque tinha que ser mais intenso e energético; os médiuns deveriam firmar os pontos, as rezas, as intenções e as ações; o pai, responsável pela assistência e pelos médiuns, que no plano material encabeçava a condução do trabalho espiritual estava atento, orquestrando tudo aquilo e rogando pelo Bem, por Exu e pelo Poder Realizador da Umbanda. Ele olhava firmemente para cada filho de fé com a mesma confiança que olhava para o altar e emanava do seu chacra cardíaco uma amorosidade peculiar e cheia de fé. Sentia seu corpo rasgar por emitir tanto amor e crença, por tanto firmar sua certeza naquela corrente mediúnica, Guias Espirituais e naquele trabalho chamado Umbanda.


Com um pouco mais de tempo e intensidade de abertura (em comparação às outras giras) tudo se amenizava e os Pretos Velhos começavam a baixar em seus médiuns. Corpos arrepiavam, banquinhos brancos eram dispostos diante do altar enquanto os ogans cantavam Vovó tem sete saias na ultima saia tem mironga. Vovó veio de Angola pra salvar filhos de umbanda…


Na salva de seus filhos, os atendimentos espirituais iniciavam.


Nilma incomodadíssima levanta em busca de satisfação: que horas serei atendida? Meu caso é grave, tenho chips implantados, você sabe o que isso significa??? Tenho que falar com o pai de santo. Vocês tem que resolver meu problema… Eram tantas falas e perguntas que nenhuma palavra ou resposta eram suficientes. Ela sentava, levantava, murmurava, reclamava, lamentava, andava, ameaçava…


O Preto velho, Pai Joaquim de Angola, entidade espiritual estipulada e preparada para atendê-la estava entre a cruz e a caldeirinha: atendia-a logo beneficiando e defendendo todo trabalho e assistência daquelas energias negativas que se potencializam naturalmente ou deixava chegar a sua vez exata não promovendo assim, pensamentos do tipo “fulana está furando a fila”, “há privilégios e diferenças nesse terreiro”.


Bom, com o pensamento direcionado no macro, o Preto Velho autoriza a entrada de Nilma no congá e sem ao menos ter a oportunidade de perguntar como estava, ela já começava a reclamar. Já estava com o diagnóstico pronto, só precisava de uma solução rápida e de preferência fácil.


Sem oportunidade de falar, Pai Joaquim pede sua toalha branca ao cambone e cobre o corpo de Nilma, inclusive a cabeça. Estala os dedos, acende uma vela, reza deixando-a naquela posição.


Em pouquíssimo tempo – alguns minutos que para ela pareciam horas – ela mesma tira a toalha do corpo e pergunta: o que você vai fazer para solucionar meu problema? Já estou aqui há tempo e nada…


Pai Joaquim diz algumas poucas palavras de fé, esperança, calma e pede para ela retornar na semana que vem.


E antes dela sair ainda a segura pelas mãos e diz: Tem coisas, fia, que são muito simples, tem coisas que vão muito além e tem coisas que só dependem de vocês. Creia fia, nada é tão ruim, nada é por acaso, nada é pior que a farta de fé. Leve essas palavras em seu coração e volte com a mansidão de Oxalá.


O cambone que tudo acompanhava e que sempre se esforçava para anotar as sábias palavras mencionadas pelos guias espirituais crendo serem verdadeiras lições para a vida ficou por parte confuso, surpreso, emocionado e deveras perdido. “Era só aquilo ou tudo aquilo?”… Enfim, devia confiar e pronto! E essa foi a afirmativa reproduzida a Nilma que também saia confusa e um tanto irritada, tinha e estava com tanta coisa, esperou por tanto tempo e SÓ??? Perguntava-se e perguntava.


Sem mais delongas Nilma foi embora e a gira continuou… Pouco antes de Pai Joaquim de Angola se despedir dos trabalhos e dos médiuns chamou o cambone e disse: ohhh fio, ocê também queria mais, num é? E foi por isso que ocê também ficou confuso, tô certo? …


Num sei porque ocês sempre querem mais, também não entendo porque na mínima farta já ficamtuuudo confusos esquecendo de toda grandeza…. aíiii fio, que difircurdade que ocês tem de enxergar, aceitar e de agir com o que está em vossas mãos, que difircurdade…


Digo pra tu menino, tem coisas que são mesmo muito simples, tem coisas que vão muito além, tem coisas que só dependem de vocês MESMO. Aquela moça é médium e carece trabalhar, ela tem missão, mas ainda é muito presunçosa e vaidosa, por isso tem que acreditar em algo bem grande e assustador como implantes de chips, pois só assim sentirá a carência de pisar num terreiro. Saiba que em sua pineal está o forte dom mediúnico latejando e na base de sua coluna, onde ela identifica os outros dois chips está na verdade a dor da inflexibilidade, do ego exacerbado e da negação de sua realidade existencial que é a espiritual. Não temos muito que fazer a não ser tentar trazê-la cada vez mais para perto de si mesmo. Ocê sabe menino, a maioria dos médiuns chegam aqui pela dor, numé? Ruim?… Sei que é ruim, mas nada é pior que farta de fé.


Então fio, bora reza menino, bora firmar a bondade Divina na clemência de novas oportunidades para aquela moça, para tu e para todos esses meninos desinformados do poder do simples, da obrigação e da Umbanda. Bora fio, ajuda esse nego, ajuda esse povo, ajuda essa religião tão sedenta de bondade e fé.


Reza fio, reza fio de fé e carrega minha fé com tu… Até fio, até… Minha esperança tá em vossa mão.


Mãe Mônica Caraccio

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Linhas de Trabalho – Pretos Velhos e Crianças

Passam pela Umbanda muitas pessoas que questionam:

 Por que os nossos Guias bebem?

Por que eles fumam?

Por que eles têm coisas?

Mas, espírito não precisa beber, espírito não precisa fumar, espírito não precisa ter elementos, nem objetos, não precisa ter um cachimbo, não precisa ter um banquinho, pra que essas coisas?

Realmente, eles não precisam, eles não precisam fumar, eles não precisam beber, eles não fumam por vício, não bebem por vício, não tem apego às coisas, mas eles as têm, as usam e as manipulam em nosso favor, então essa é a grande diferença entre um espírito que quer beber e um espírito que bebe manipulando aquele elemento.

Existe uma grande diferença entre um espírito que quer fumar e um espírito que está defumando com seu charuto, defumando com seu cachimbo, defumando com seu cigarro de palha, há uma grande diferença entre dizer que um espírito precisa ter coisas e um espírito usar ou manipular elementos: a diferença é essa.

Realmente os Guias da Umbanda fumam, bebem, utilizam de elementos, de punhal, usam pemba, usam ervas, pedras, velas, mas isso não é apego.

Não é um atraso quando eles usam esses elementos porque eles não têm apego por esses elementos, esses elementos são recursos de trabalho.

E é muito pertinente porque nós vamos falar sobre os Pretos Velhos, a primeira manifestação de um Preto Velho na Umbanda, também por meio de Zélio de Moraes, aconteceu no dia 16 de novembro de 1908, na casa da família de Zélio de Moraes, onde Zélio incorporou o Caboclo das Sete Encruzilhadas primeiro, ali o Caboclo das Sete Encruzilhadas começou a dar as orientações de como seria a religião.

 Logo depois, ele incorpora Pai Antônio, é lógico que Zélio não inventou a incorporação de Preto Velho, Zélio não criou a incorporação de Preto Velho, mas essa é a primeira manifestação de um Preto Velho dentro do contexto da nova religião que estava sendo anunciada. E é Pai Antônio, o Preto Velho de Zélio de Moraes que pede um cachimbo, é ele que coloca, que inclui o uso das guias, dos colares consagrados que são as nossas guias dentro da religião de Umbanda.

E ali as entidades de Umbanda junto de Zélio de Moraes começam a usar elementos, beber o café, beber pinga, beber vinho, não por apego, jamais por vício, mas porque a nossa religião é mágica, ela se utiliza desses elementos.

 Quem é o Preto Velho?

Quando nós falamos de Preto Velho, isso é praticamente sinônimo de negro ancião que foi escravo, Preto Velho é um sinônimo disso. Assim como Caboclo tem sido sinônimo de índio, mas vimos que nem todo Caboclo é índio e ser Caboclo é um grau. Preto Velho é a mesma coisa.

É importante definir que negro é raça, preto é cor, então inclusive o termo Preto Velho é um termo que atualmente não se utilizaria pra identificar um negro ancião, porque preto é cor. No entanto, dentro da Umbanda Preto Velho já é algo aceito e é algo que revela e identifica uma imagem.

O arquétipo do Preto Velho causa uma doutrina de impacto, existe um por que trabalhar com Caboclo, um porque trabalhar com Preto Velho. No caso do Caboclo inspira o respeito pela cultura nativa, pela cultura do índio, pelo homem vermelho, pelo diferente, por aquele que vive na natureza, que cultua a natureza. O Preto Velho há um respeito pelo mais velho, um respeito pelo ancião, pelo mistério ancião, pelos Pretos Velhos e as Pretas Velhas.

A primeira coisa a se compreender: nem todo Preto Velho foi um negro escravo, mas o Preto Velho representa e é uma homenagem àqueles que foram escravos aqui no Brasil, mas não pode se dizer que todo Preto Velho foi um negro escravo no Brasil. E no caso do Preto Velho isso é muito lógico e é muito claro.

Vamos voltar à época da Colonização.

Imagine você na época da Colonização, qual era a expectativa de vida?

Quantos escravos se tornavam anciões?

A expectativa de vida na época da escravidão girava em torno de 45 anos, um escravo adulto durava – porque os escravos eram comprados como mercadoria, comprados e vendidos como animais e o comprador já comprava com uma expectativa de vida – trabalhando em serviço forçado como escravo , um homem adulto não vivia mais do que 10 ou 15 anos, quando muito 20.

Um homem que tivesse já uns 18, 20, 21 anos vivia mais 10, mais 15, quando muito mais 20, então não costumavam passar dos 45, poucos escravos se tornaram - muito poucos escravos - se tornaram anciãos, poucos escravos se tornaram velhos.

Não existiram tantos negros anciãos aqui no Brasil. Desses poucos que se tornaram velhos, menos ainda eram realmente homens iluminados, que tinham culto ao Orixá. Então, a pergunta é: de onde é que sai tanto Preto Velho pra tanto Umbandista? Nós somos, creio eu, milhões de Umbandistas que temos um Preto Velho a nos amparar.

Não tem Preto Velho pra tanta gente, não tem tanto espírito que foi negro escravo aqui no Brasil pra tanta gente. Mas quando você fala: “Eu trabalho com Pai Benedito de Aruanda”, milhares e milhares de pessoas trabalham com o mesmo Benedito de Aruanda, mas não é o mesmo espírito, são vários espíritos que usam o mesmo nome, Benedito de Aruanda foi só um, aí está respondido.

Nós temos alguns negros que foram escravos no Brasil, que fundaram e criaram a linha de Preto Velho e lá está: Pai Jacó, Pai José, Pai Joaquim, Pai Benedito, Vovó Maria, Vovó Maria Conga, Vovó Ana, Vovó Cambinda, lá estão os Pretos Velhos e as Pretas Velhas, alguns poucos que realmente foram escravos. Almas iluminadas que realmente foram escravos e criaram essa linha de Preto Velho no astral porque eles começaram a trabalhar no astral pra ajudar as pessoas e aí começaram a regimentar, a unir, a juntar, espíritos para ajuda-los e que trabalhavam em nome deles, isso é hierarquia.

Pai Benedito começou a trabalhar no astral e muitos começaram a trabalhar junto dele, mas nenhum deles trabalhou em nome de si, trabalharam em nome de Benedito, então se apresenta: “Quem é você?”, “Eu sou aquele que vem em nome de Benedito” e daí “Quem é você?”, “Eu sou o Benedito”, eles assumiram um arquétipo do Benedito, assumiram o arquétipo de João, de Joaquim. Observe, a gente fala muito na Umbanda do valor da raça vermelha, do valor da raça negra.

Nossos Pretos Velhos são: Pai João, Pai José, Vó Maria, Vó Catarina e a gente fala: “Ah o Preto Velho é representante da cultura Africana”, mas observe o seguinte: eles estão se identificando com nomes da língua portuguesa. A maioria dos Pretos Velhos tem nome, se apresentam com nomes Cristãos, eles não dão nomes Angolanos, eles não dão nomes Yorubanos, eles não dão nomes que venham da cultura Gêge, eles dão nomes Cristãos, oriundos de uma cultura Judaico-Cristã, Europeia e no Brasil mais especificamente Portuguesa.

O preto Velho, a figura do Preto Velho, a imagem do Preto Velho, o arquétipo do Preto Velho, representa no imaginário, no inconsciente, evoca a figura do Preto Velho enquanto o negro escravo que foi batizado e trazido para o Brasil, então ele não é apenas a figura de um Africano, o negro velho é a figura do negro escravo.

Há uma diferença entre a figura do Africano e a figura do negro escravo, inclusive por quê? Muitos negros escravos inclusive nasceram no Brasil. Os negros escravos foram trazidos da África, mas houve aqueles que nasceram no Brasil.

O Preto Velho é a figura do negro escravo que traz uma figura Africana, mas que foi batizado pela religião Católica porque os Pretos Velhos tem uma ligação muito forte com Cristo, é muito comum ver um Preto Velho com um terço, usar como guia um rosário – o terço é: um terço de um (1/3) rosário, isso representa o terço. É comum ver o Preto Velho com terço ou com um rosário ou uma guia feita de lágrimas de Nossa Senhora como se fosse um terço ou um rosário. É comum essa ligação dos Pretos Velhos com o mistério Cristão, com Cristo, com a cruz.

Essa é uma representação do Preto Velho, daquele que foi escravo, daquele que sofreu com a escravidão. A imagem é aquele que apesar de ter o corpo escravizado, a sua alma era livre, isso que dizia a Igreja. Graças ao decreto de Bartolomeu de Las Casas à Igreja Católica, graças ao fato de os Jesuítas terem muito carinho pelos índios, graças ao conceito de que o índio era de um espírito muito livre, não dava pra escravizar o índio pela sua liberdade de espírito, então o índio não aceitava ser escravo por ter essa liberdade de espírito.

Quer dizer que então o negro não tinha liberdade de espírito? Só o índio?

Acontece que o índio estava na sua terra, você faz ele escravo, ele foge, ele cai na mata, ele está na casa dele, ele está na terra dele. Agora, o escravo não, o negro não, o negro já era comprado. A África vivia em guerra, uma nação contra outra, uma nação fazia guerra contra outra e quem perdia a guerra era feito escravo, o Europeu chegava na África e comprava negro que já era escravo lá, então eles já vinham numa condição de escravo, era tirado da sua terra, separado da sua família, já tinha perdido tudo e chegava aqui nessa condição de escravo e na condição de escravo ele ficava.

Muitos iluminados encarnaram no meio desse povo pra dar uma luz, pra dizer “Não se revolte” e a Igreja dizia: “Eles são escravos do corpo, mas agora estão libertos na alma porque foram batizados”, a Igreja dizia que a África era o inferno do mundo, isso é histórico, é fato histórico. E realmente, de fato os Pretos Velhos representam aqueles que apesar de todo sofrimento não perderam a sua fé, não perderam o seu amor pelos Orixás, não perderam a sua espiritualidade, a sua esperança, isso os Pretos Velhos representam.

Quando você olha para o Preto Velho, você vê no arquétipo dele, na imagem, naquilo que o Preto Velho representa, você vê alguém que no seu imaginário, no nosso imaginário foi escravizado, apanhou, perdeu a família, alguém que foi arrancado da sua terra, alguém que sofreu no tronco, na chibata e não perdeu a fé.

Ao olhar o Preto Velho na sua imagem de resignação, humildade, simplicidade e sabedoria, isso cria um impacto. A frase é: pouco com Deus é muito, meu filho. Muito sem Deus é pouco.

Ele é aquele que não perdeu a fé, que diz pra você os valores não são as coisas que você tem, que você compra, os valores são: quem você é. Isso Preto Velho ensina e ele ensina cantando, brincando, contando história, às vezes, contando uma história de quando foi escravo, que pode ser a história do hierarca Benedito, do hierarca Pai Joaquim de Angola, da Vovó Cabinda ou Cambinda – como preferir – existem histórias sim que ele conta como se fosse dele ou ele encarna isso, ele vive isso, ele se apresenta, ele se mostra e você não sabe realmente quem ele é, ele sabe quem você é. Você sabe que ele é um espírito e que se ele foi preto velho ou se ele não foi não interessa, agora ele é: o Preto Velho.

E muitas vidas ele teve, muitas encarnações porque um espírito pode plasmar aparência de Preto Velho, isso é um fato, no entanto, ninguém pode plasmar sabedoria, ninguém plasma sabedoria e aqueles espíritos que trabalham como Preto Velho na Umbanda eles alcançaram um grau.

 Preto Velho também é um grau, é um grau e um mistério do nosso Pai Obaluayê e da mãe Nanã Buroquê.

Preto Velho é um grau de ancião, esse grau ancião é alcançado por aqueles que são espíritos velhos, mas, espírito fica velho? Velho não é uma coisa da matéria, do corpo biológico que nasce, cresce, envelhece e morre? Sim. Espírito não fica velho dentro do conceito de encarnado que é um velho, mas, sim, existem espíritos que nós consideramos mais velhos. O que é um espírito mais velho? É um espírito que tem mais maturidade, que encarnou muitas vezes e que aprendeu as lições que a vida dá.

 Ele é mais velho porque nas suas encarnações ele se tornou alguém melhor, alguém mais sábio, ele é respeitado como um mais velho, ele alcança o mistério ancião. Tudo isso é relativo e é pertinente aos Pretos Velhos, tudo isso está ligado aos Pretos Velhos.

Com o Preto Velho você aprende a respeitar o mais velho, porque do que adianta você ter amor pelo Preto Velho, pedir a benção para o Preto Velho e não respeitar os seus mais velhos, os seus pais, os seus avós, esse é o respeito que se tem pelo mais velho que se aprende na Umbanda.

Como você trata os seus mais velhos? Assim os seus mais novos lhe tratarão também, Preto Velho ensina o respeito por uma raça negra, ensina o respeito pelo mais velho, ensina humildade, ensina sabedoria, mesmo o soberbo, o arrogante, quando chega no Terreiro de Umbanda pra falar com Preto Velho, ele tem que ajoelhar, tem que bater cabeça, tem que pedir a benção e tem que chegar bem pertinho porque o Preto Velho na maioria das vezes fala baixinho.

 A Umbanda estabelece um nivelamento social com relação ao ambiente da espiritualidade. A pessoa que está incorporada não importa qual é a sua condição social porque ali não é mais o médium, é o Preto Velho, o Caboclo, o Baiano, o Boiadeiro. É comum ver o patrão no mundo profano, chegar no mundo sagrado tomar passe com aquele que no mundo profano é o seu empregado e vice-versa.

Dentro da Umbanda, do ambiente de Umbanda, pouco importa de onde você veio, quem você é, qual é a sua condição social, qual é a sua raça, qual é a sua cor. A Umbanda não levanta bandeiras, não é contra isso ou contra aquilo, ou defendendo isso ou aquilo porque pra Umbanda tudo é igual.

Não há diferenças, aceitamos e aprendemos a aceitar os diferentes e as diferenças como algo igual que merece o nosso respeito e com Preto Velho a gente aprende todas essas coisas pertinentes ao mistério ancião manifesto ali no Preto Velho de Umbanda.

Preto Velho e Preta Velha é um grau dentro da Umbanda, eles trazem o mistério ancião, eles trabalham a humildade, a sabedoria, eles nos ensinam isso como uma doutrina de impacto, você aprende a respeitar o mais velho, o Preto Velho, o que ele representa, você aprende a respeitar isso.


 E quando nós estamos incorporados do Preto Velho, recebemos um pouco desse mistério, o trabalho de Umbanda é um trabalho muito peculiar, quando a gente incorpora, trabalha incorporado é muito comum que os consulentes tenham problemas muito parecidos com os nossos problemas e nossos guias incorporados parecem ter solução para tudo, com paciência, com tranquilidade, com amor, com uma palavra, com carinho, às vezes, tudo o que o consulente precisa é de um abraço do Preto Velho, então eles tem isso pra oferecer, eles têm essa força.

A gente costuma usar para Preto Velho: vela branca ou vela bicolor, eles usam guias que podem ser: guias pretas e brancas ou guias feitas de lágrimas de Nossa Senhora ou terço ou rosário, são muito rezadores, mandingueiros – mandingueiro no sentido de rezador – trabalham com água, com erva, com pedra. A gente vê muito o sinal da cruz nos seus pontos riscados porque a cruz é um símbolo de Obaluayê e eles trabalham o mistério ancião que é o mistério que está dentro da força de Obaluayê e Nanã.

Assim como o símbolo de Caboclo é a flecha e a flecha está ligada ao mistério de Oxóssi, esse simbolismo enriquece. Nos pontos riscados de Preto Velhos você vai ver cruzes ou cruzeiro e também símbolos dos outros Orixás como estrela, sol, montanha, coração, que vai revelar no campo de quem aquele Preto Velho está trabalhando, um ponto riscado pode ser: o ponto riscado do Preto Velho ou ponto riscado de trabalho.

 Temos Pretos Velhos que trabalham na força de todos os Orixás, o mistério ancião, o mistério Preto Velho é de Obaluayê, mas tem Preto Velho de Oxalá, de Oxum, de Oxóssi, de Xangô, de Yemanjá, de Nanã, no entanto não é tão fácil identificar.

Com Caboclo é assim: “Caboclo Sete Montanhas – de Xangô”, “Caboclo do Fogo – de Xangô”, “Caboclo do Sol – de Oxalá e de Xangô”, “Caboclo Tupã – de Oxalá”.

Agora, Preto Velho: Pai João – o nome não revela, Vó Maria – o nome não revela, Pai Joaquim – o nome não revela, só se ele falar “Sou Pai Joaquim do Cruzeiro” – aí sim, cruzeiro é de Obaluayê, “Pai Joaquim das Almas – almas de Obaluayê”, “Pai Joaquim do Mar – é de Yemanjá”, “Pai Joaquim da Cachoeira”, “Pai Joaquim das Matas”, “Pai Joaquim da Montanha”, então às vezes o Preto Velho revela quem é o seu Orixá, mas na maioria das vezes o nome não revela, então só trabalhando com ele durante algum tempo é que a gente vai saber.

Existem aqueles Pretos Velhos chamados Pretos Velhos Quimbandeiros.

O que é um Preto Velho Quimbandeiro?

É um Preto Velho que trabalha bastante com a Esquerda, que tem uma ligação com a Esquerda, é um Preto Velho que trabalha bastante junto com os Exus.

 Um Preto Velho muito Quimbandeiro é Pai Cipriano porque aí tem uma relação com São Cipriano que as pessoas dizem: “O livro de São Cipriano é um livro de magia negra”, o livro de São Cipriano é livro que conta a história de São Cipriano e tem um monte de receita que não era de São Cipriano, então essa é a verdade e São Cipriano é um homem que se tornou um santo.

 A linha dos Pretos Velhos está ligada a Obaluayê, Nanã Buroquê, está ligada ao Pai Omulu também, a linha dos Pretos Velhos em muitas literaturas aparece como: Obaluayê sincretiza com São Lázaro, Omulu sincretiza com São Roque, Nanã sincretiza com Sant’Ana, mas tem uma ligação forte também com São Cipriano – o santo – pela questão de serem mandingueiros os Pretos Velhos, rezadores, representam uma magia também, são praticantes de magia.

São Cipriano é um santo de fato, ele não é representante da magia negra, ele é um santo e aí Pai Cipriano vai ser um Preto Velho que é bastante quimbandeiro.

Qualquer Preto Velho pode ser quimbandeiro, há Pretos Velhos que trabalham bastante com a Esquerda, aí que a gente fala que é Preto Velho Quimbandeiro, que é aquele que tem essa facilidade de lidar com magia. E há uma linha no astral de Preto Velho Quimbandeiro, então independente de quem seja o seu Preto Velho há trabalhos que é possível chamar os Pretos Velhos Quimbandeiros, que são o quê?

Pretos Velhos que são quebradores de demanda, Pretos Velhos que são mandingueiros, Pretos Velhos que são feiticeiros – da boa feitiçaria, da boa magia. A gente falou sobre Caboclos e é a mesma coisa, dentro da linha de Caboclos a gente também tem Caboclo velho.

Há no astral Caboclos que estão no mistério ancião - um Caboclo velho é um Caboclo que traz o mistério ancião, recapitulando: no mistério Caboclo temos Caboclos anciãos, Caboclos Quimbandeiros. O Caboclo ancião geralmente se apresenta como um pajé, um curador, esses Caboclos velhos muitos deles trabalham com a maracá que é o chocalho, trabalham com o cachimbo, muitos deles trabalham com reza, com erva.

Caboclo velho geralmente é um Caboclo benzedor, um Caboclo curador, um Caboclo pajé. Há a linha de Caboclos Africanos são os Caboclos que tem uma ligação forte com Omulu, geralmente Caboclos Africanos também são Caboclos Quimbandeiros.

Quem é o Caboclo Quimbandeiro?

 É um Caboclo que trabalha bastante com a Esquerda, entre os Caboclos Quimbandeiros alguns são muitos conhecidos como Seu Pantera Negra que é considerado Caboclo Quimbandeiro.

Há Caboclos que são quebradores de demanda como Seu Cobra Coral, como Seu Ventania, como Seu Gira Mundo, considerados Quimbandeiros.

As linhas de Umbanda têm ramificações, tem Preto Velho de todos os Orixás porque tem uma parte de Preto Velho Quimbandeiro, tem uma parte de Preto Velho curador, tem Guias que tem especialidades num ou outro campo.

Quem são as crianças na Umbanda?

 As crianças representam o mistério infantil, diferente de Caboclo e Preto Velho, criança não é exatamente um espírito plasmado de criança porque as crianças são entidades realmente infantis, não é alguém se comportando de maneira infantil, as crianças são entidades realmente infantis, então as crianças na Umbanda, boa parte delas são seres encantados que nunca encarnaram.

Todos nós, humanos, somos seres naturais da dimensão humana, antes de ser um natural, nós fomos encantados. Então, os encantados são infantis em relação a nós, as crianças de Umbanda são encantados que estão entrando na realidade humana.

Algumas crianças já encarnaram, uma ou outra vez, mas não foram adultos, muito raramente você tem uma criança – criança de Umbanda: êre – que já foi um adulto. Inclusive, êre é uma palavra que vem do Candomblé, do culto de Nação, êre é um estado de infantilidade.

Quem é o êre?

Na origem da palavra quando no Candomblé alguém faz uma camarinha, essa pessoa vai ser iniciada no Candomblé - morrer e nascer outra vez simbolicamente - então, no momento em que ela está morrendo para o profano e nascendo para o sagrado começa a se comportar de maneira infantil, isso é chamado de estado de êre, é diferente de incorporar uma criança.

Se o Orixá daquele adepto é Ogum, ele vai entrar em estado de êre na força de Ogum. A gente não, a gente recebe uma criança, a criança pode ser chamada de êre por dizer: é um espírito que está naquele estado infantil. Ibeji ou Ibejí são os Orixás gêmeos considerados infantis e crianças na África, então Ibeji é o Orixá.

Nós não incorporamos o Orixá, incorporamos uma criança, um espírito, uma entidade infantil, mas também é chamado de Ibeji pela relação com o Orixá Ibeji que não é um dos quatorze, mas é um Orixá que existe, um par de Orixás.

 Ibeji quer dizer gêmeos na língua Yorubá, então Ibeji é uma força representante do mistério encantado, dos encantados, não da encantaria Gêge, não dos encantados do Candomblé Gêge, mas encantados de seres encantados que são anteriores a nós, são infantis em relação a nós assim são as crianças que nós incorporamos.

Cosme e Damião são dois santos Católicos, Doun não é santo Católico, Doun não existe na Igreja Católica, Doun foi adicionado a Cosme e Damião dentro da religião de Umbanda.

Ibeji tem um irmão, um terceiro irmão de Ibeji na cultura Yorubá chamado Dou, daí surgiu Doun – Cosme, Damião e Doun.

 Diz o pai Ronaldo Linares que tem uma história no Rio de Janeiro que perto da Tenda Nossa Senhora da Piedade havia uma lojinha de artigos de Umbanda e santos populares e tinha lá Cosme e Damião e um rapaz que trabalhava na loja quebrou uma estátua de Cosme e Damião e sobrou um pequeninho e ele colocou na frente de outra estátua de Cosme e Damião grande. E todo mundo perguntava: “Quem é esse pequeninho?”, todos sabiam que Cosme e Damião são considerados padroeiros das crianças e que guarda a linha das crianças na Umbanda e aí colocaram o pequeninho e aí ficou parecendo Cosme e Damião e uma criancinha, representando as crianças da Umbanda – criancinha por ser pequeno, mas é igual aos outros dois grandes.

No Rio de Janeiro Cosme e Damião eram chamados de Dois Dois e dizem que um menino chamou de Dois Um e aí de Dois Um pra Doun, de Doun pra Dou - e mais ou menos ninguém sabe muito bem como é essa história e é contada por pai Ronaldo que é merecedor de todos os nossos créditos pela sua integridade, verdade - então, Cosme, Damião e Doun, Doun representa as crianças, tem êre que tem o nome de Doun, tem êre que é chamado de cosminho.

Quem são nossos êres, nossos Ibejis, nossos cosminhos, nossos douns?

 São crianças. Crianças encarnadas? Um ou outro encarnou, mas não necessariamente eles precisam ter encarnado, eles são aqueles que trazem o mistério infantil, o mistério criança.

De quem é esse mistério infantil?

 O mistério infantil pertence à Oxumaré.

Não é o mistério de Ibeji?

Também é o mistério de Ibeji, mas dentro dos quatorze Orixás identificando a partir dos quatorze Orixás está no mistério de Oxumaré.

As crianças na Umbanda não são necessariamente espíritos humanos, ou seja, se você tem uma entidade que nunca encarnou, não pode ser considerada humana, então elas são encantadas, algumas já encarnaram.

 O que a criança representa?

Qual é o arquétipo da criança?

 É o arquétipo da pureza, da inocência, então a criança representa aquela pureza que a gente já perdeu. Há uma passagem Cristã Bíblica que diz que o reino dos céus pertence às crianças, a criança está reservado o reino dos céus, alguma coisa nesse sentido.

Qual o sentido dessa afirmação?

Até porque hoje em dia na igreja Católica, se a criança é Católica e não for batizada ela vai para o purgatório. Mas, o que Jesus quis dizer com essa afirmação?

 Que as crianças são puras, que as crianças são inocentes. Aquele que não morrer e não nascer de novo não vai para o céu, é uma referência à reencarnação?

Sim, mas é uma referência no sentido de você morrer e nascer de novo muitas vezes, tornar-se criança - não criança no sentido de falta de informação, de não ter conhecimento, não ter despertar, ser infantil, mas que a gente possa crescer e continuar sendo criança (puro de coração).

As crianças da Umbanda ensinam a não perder a nossa pureza, tentar manter a integridade de certa inocência. O trabalho com criança dentro da Umbanda é um trabalho que nos convida a brincar e a vida quando é muito séria fica pesada.

As crianças trazem a arte de brincar com a nossa vida e te acorda pra você lembrar como foi a sua infância que criança foi você, que além da criança que eu incorporo existe outra criança que é a minha criança interior.

 Quem é a minha criança interior? Como viveu a minha criança? Quais foram as minhas experiências de criança?

 Isso tudo está guardado no peito, está guardado no consciente e no inconsciente. Esta criança incorporada Mariazinha, Joãozinho, Jorginho, Paulinho, Paulinha, Aninha, Ritinha. Mariazinha, essas crianças estão trabalhando com a minha criança interior, se está incorporado em mim mais ainda, essas crianças estão trabalhando as dificuldades que a minha criança, que eu enquanto criança, tive nesse mundo.

Não é algo que Freud explica?

Freud não traz da infância tudo quanto é problema que o adulto tem hoje?

Então, as nossas crianças estão trabalhando essa nossa criança, para eu me beneficiar de um trabalho de criança na Umbanda ao me sentar de frente para uma criança eu não vou falar pra ela de questões complicadas pertinentes a minha vida, questões judiciais, questões delicadas de um relacionamento mal vivido, não.

 Ao me sentar de frente com uma criança eu vou brincar com ela, eu vou conversar com ela, ela vai me chamar de tio, ela vai pedir a minha benção, ela vai me oferecer doce, chocolate e vai falar para eu relaxar, tranquilizar, para eu brincar com ela e no momento que eu esquecer que eu sou um adulto, velho, chato, rabugento, complicado, cheio de complicações, que não para de pensar em problemas, em coisa para resolver, em conta para pagar, em tudo isso, no momento em que eu esquecer tudo isso e que ali naquele momento eu voltar a ser criança junto com aquela criança, então ela conseguiu algo, ela conseguiu mudar o meu padrão vibratório.

 Quando eu esqueço quem eu sou, qual é o meu papel social, qual é o meu papel familiar, qual é a minha identidade, minha responsabilidade, minha imagem, o meu ego – Por que tem coisa mais forte do que ver um adulto se comportando como criança? Pra um adulto se comportar como criança, ele tem que deixar o ego dele totalmente de lado porque senão, a partir do ego é ridículo ver um adulto se comportar como criança, chupando pirulito, comendo chocolate, brincando de carrinho, brincando como se fosse uma criança, é ridículo, ridículo para o ego – então, brincar é abandonar o ego, a criança lhe convida a abandonar o ego.

Quando você brinca com ela como se você fosse criança, você entra na energia dela ou ela entra na sua energia e aí começa um equilíbrio energético muito forte, às vezes realizando coisas que o Caboclo não realizaria, o Preto Velho não realizaria, não daquele jeito, então você se deixa envolver pela força, pela energia da criança e naquele momento um monte de energia ruim que está com você é quebrada, desagregada, “cai por terra”.

Quando você se vê criança, você esquece de muitos dos seus problemas, quando você se vê criança e a criança diz pra você “Tio seja criança também, brinca”, você se envolve, você ganha uma nova força, um novo olhar, ali convida a brincar um pouco mais, a descontrair um pouco mais e isso é linha de criança na Umbanda, elas nos convidam, é um convite. Um arquétipo, o arquétipo da pureza, da inocência, busque reencontrar onde isso ficou perdido dentro de você, busque curar os seus traumas e suas dores de infância que a criança da Umbanda lhe convida a isso e muito mais.

Nós temos uma linha de Umbanda chamada: linha das crianças. E por que é que nós não estamos aproveitando isso para os médiuns trazerem seus filhos ao Terreiro, então o trabalho de criança é no mínimo um convite pra você trazer as suas crianças ao Terreiro, pra trabalhar a sua criança interior, pra trabalhar a sua pureza, a sua inocência, pra trazer essa força pra sua vida.

 Do que é que adianta pedir a benção para o Preto Velho e não respeitar o seu mais velho?

Do que é que adianta bater cabeça para o Caboclo e não respeitar o índio?

 Do que é que adianta você buscar força com as crianças de Umbanda e não se relacionar com as suas crianças, com seus filhos, com seus netos?

E perder a oportunidade única de viver, experienciar aquele momento que você, que o seu já passou mas, você revive a experiência de criança como adulto acompanhando uma criança e a Umbanda traz a importância do reviver esse momento.

A linha das crianças é um convite, entre outras coisas, para trazer as crianças para o Terreiro, dizem que é de novo (mais novo) que se desentorta o ser. E a gente costuma dizer: “Ah vou esperar meu filho crescer, quando ele crescer ele escolhe a religião”. Como é que ele vai escolher a religião se você não apresentou escolhas? Você tem uma religião? É Umbanda.

Apresente a sua religião a ele, leve-o pra religião, construa dentro do Terreiro de Umbanda um ambiente saudável para que a criança possa frequentar na Gira de criança, na Gira de Preto Velho, de Caboclo e na Gira de Esquerda, que as crianças possam frequentar, que seja saudável esse ambiente, que os Guias sintam, que os Guias possam passar a importância que é receber as crianças no Terreiro, que elas se sintam bem.

Quem sabe ter também um pouco de bala, um pouco de doce, algum brinquedo, alguma coisa pra essa criança quando chegar no Terreiro saber que ali tem uma atenção pra ela também, ela não está só acompanhando os pais, então a linha de criança abre isso. A gente já falou sobre o mistério de Exu Mirim, Exu Mirim também é infantil, mas não é uma criança.

As nossas crianças também são infantis, mas não necessariamente é uma criança que encarnou, temos: as crianças da Direita, Exu Mirim as crianças da Esquerda, eles formam uma polaridade também, há muita criança que trabalha junto com Exu Mirim.

Não subestime o poder de realização que uma criança tem, ao mudar sua energia, se você se permitir brincar com ela e entrar nesse clima, nessa energia da criança, tem muito trabalho de magia negra pesado que se desfaz com a força e a presença da criança. Muita criança trabalha com Exu Mirim, a criança está ajudando, conversando, brincando, Exu Mirim vai lá e quebra e corta o que tem que cortar e você nem imagina.

E há consulente que não gosta, não quer consultar com criança porque quer conversar só com um Exu ou uma Pombagira ou um Caboclo. Vamos entender o que cada linha tem a oferecer, todas as linhas são importantes e cada linha tem algo a oferecer.

A linha das crianças é importantíssima, tem muito a oferecer, esteja aberto, atento, perceba que força é essa que tem na linha das crianças, que trabalha em nome de Cosme e Damião, com velas cor-de-rosa, azul claro, às vezes duas velas: uma rosa e uma azul claro ofereçam para as crianças na Umbanda, doce, suco, refrigerante.

Annapon

(Texto baseado no Curso de Teologia de Umbanda Sagrada – Desenvolvido por Rubens Saraceni – Ministrado por Alexandre Cumino -)